Se a mulher das cavernas tivesse tido condições de agregar um salto nas sandálias inventadas por sua vaidade, cruzando duas tiras em couro cru nos pés, ela o teria feito com a maior alegria. A evolução foi lenta. Os primeiros sapatos como os conhecemos apareceram na Alemanha, no século 12, mas os saltos vieram só um século depois, como privilégio das damas da nobreza. Nos sapatos de bico fino, os saltos ficaram tão altos que, em Portugal, por volta de 1670, foi criada uma lei limitando seu tamanho.
Quando um salto de sapato muda o centro de gravidade do corpo, levando a carga normalmente concentrada na parte de trás, para a frente do pé, sobrecarrega os joelhos e a coluna. Xuxa que o diga, obrigada ao repouso de seis meses para tratar da sesamoidite no pé esquerdo, devido ao uso contínuo de saltos altíssimos.
Sinal de feminilidade e elegância, o saltinho está presente até nos sofisticados chinelinhos com os quais as mulheres andam pela casa à noite. É bom lembrar, no entanto, que aquele toque-toque no piso sem tapete repercute no apartamento de baixo. Estudos concluíram que o andar inferior funciona como uma caixa acústica, em que todo ruído de cima ecoa e se torna maior do que o percebido por quem o produz. O salto é também, afinal, uma questão de acústica, que os engenheiros não levam em consideração ao preparar uma laje sem isolamento.
COMO RECLAMAR DO TOQUE-TOQUE NO ANDAR DE CIMA?
A boa vizinhança exige tolerância, ainda mais quando o ruído não é percebido por seu causador, como neste caso. Numa amistosa reunião de condomínio, o assunto pode ser abordado com a justificativa dessa argumentação técnica de engenharia. Passada a meia-noite, sabe-se que o salto deve ser substituído por um solado macio.
COMO AVALIAR A ESCOLHA CERTA DE UM NOVO SAPATO?
Em primeiro lugar, experimentar na loja o sapato fechado, usando meia. Preferir provar um novo sapato depois de ter a medida do comprimento da saia para avaliar o efeito que terá um detalhe na gáspea do modelo. Se desejar um sapato contrastante na cor, levar uma amostra do tecido do vestido, especialmente se quiser vermelho ou verde.
:: ERA ASSIM....
Por incrível que pareça, foram os índios, em 1549, que rogaram ao Padre Nóbrega para suas filhas entrarem nas escolas jesuítas vedadas às meninas. O pedido não foi concedido pela então rainha de Portugal. Em 1840, na província do Rio Grande do Sul, recomendava-se às escolas públicas "ensinar às meninas o quanto baste a uma mãe de família". Mas, em 1867, o Colégio Minerva, de Porto Alegre, anunciava, no final de ano, provas públicas de leitura, caligrafia, aritmética, geografia e doutrina cristã das alunas.
:: HOJE É ASSIM...
Diva Kaastrup dedica seu livro "A Mulher na Medicina" (Martins Livreiro, 1983) a D. Pedro II, por ter ele aberto as portas da universidade às brasileiras, em decreto de 19/04/1879, um Dia do Índio. A primeira brasileira a se formar em medicina foi Maria Augusta Estrela, graças a uma bolsa de estudos concedida pelo Imperador para que ela pudesse cursar a faculdade de medicina de Nova York. O processo de equiparação da mulher ao homem em seus direitos de instrução e exercício de uma profissão foi moroso. Valeu!
ACONTECEU
Quatro pessoas num elevador pequeno. As três primeiras saíram e, quando a última senhora foi ultrapassar a porta do elevador, esta se fechou repentinamente em cima da sua mão. Por isto, recomenda-se que a penúltima pessoa a sair segure a porta para a outra passar, quer seja mulher ou homem.
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"Adoro comer milho na espiga, mas quando há pessoas de fora à mesa acho complicado. Qual a melhor maneira de se incluir milho verde numa refeição?" BIA
- Comer milho na espiga é totalmente informal. Cabe na praia, onde se costuma usar um palito em cada extremidade. Em casa, os palitos são substituídos por espetinhos de metal exclusivos para esta função. E mais: se quiser oferecer molhinho de manteiga e sal como um tempero delicioso, a espiga deverá ficar num recipiente próprio, de formato semelhante aos de banana split. Sem erro mesmo é servir os grãos de milho cozido cortados da espiga em uma tigela, como complemento de carnes.
"Fui convidada de véspera para jantar num sábado. Como não estava a fim de ir, disse que não estaria na cidade. Azar: domingo encontrei aquela amiga almoçando no mesmo restaurante. Fiquei tão sem jeito que não olhei para ela. E o que faço agora?" CAMILA
- A consultora Gloria Kalil já se referiu à situação semelhante, lembrando uma das máximas de Millôr Fernandes: "Nunca conte uma mentira que não possa provar ser verdade.". Em tal situação, deveria ter cumprimentado a amiga. Mais tarde poderia dizer que desistiu de viajar e ficou constrangida em aceitar o convite.