Dois chefs que trabalham com culinária japonesa comentavam sobre hábitos e comportamentos de alguns clientes em seus restaurantes, com serviço de bufê livre na hora do almoço. Há casos cada vez mais comuns de duplas de pessoas que chegam para almoçar e cada uma prefere um tipo de serviço bufê e à la carte. O cliente que opta pelo bufê tem passe livre para se servir no balcão e acaba servindo o amigo, que, após terminar seu pequeno pedido à la carte, conclui o almoço com as delícias que a companhia lhe serve. Detalhe: sem pagar por esse serviço.
Há muita gente gulosa que chega a manifestar egoísmo à hora de comer. Garçons de restaurantes que trabalham com grelhados e bufê de culinária variada são testemunhas dos mais variados abusos, como clientes que "catam" apenas os camarões de uma salada de frutos do mar. O mesmo acontece com quiches de recheio de alho porró. Há quem se sirva apenas do recheio, deixando a massa para os demais.
Como agir com o cliente que solicita à la carte e pega carona no bufê do amigo?Ao observar o gesto, o garçom pode perguntar gentilmente ao "carona" se ele não deseja também servir-se no balcão para ficar mais à vontade e optar, assim, pelo serviço de bufê. O normal é que o cliente fique sem jeito, e o máximo é não aceitar ou pagar a porção que ele serviu do bufê.
Como agir com o cliente que seleciona ingredientes de um prato no balcão?
O cliente é tratado como visita que paga pelo serviço recebido e deve ser atendido com boa educação. Há comportamentos que exigem diplomacia para serem contornados. No caso de o cliente começar a "raspar" o recheio da quiche, por exemplo, o garçom que presta assistência ao bufê se oferece para cortar a quiche.
:: Era assim...
O folclorista Luís da Câmara Cascudo, autor de História dos Nossos Gestos, cita que a mão esquerda, na Antiga Roma, ficava escondida sob o manto, numa clandestinidade astuta. Os roubos eram atribuídos à manu sinistra. Maldita. Assim, os roubos eram atribuídos a ela - e o canhoto, tido como sinônimo de satânico. As boas ações e os gestos de sociabilidade cabiam à mão direita. Um sujeito ambidestro era inconfiável. Com a mesma energia nas duas mãos, não se sabia com qual delas cometia algo ruim.
:: Hoje é assim...
Essa crendice influiu no preconceito contra canhotos até o século 20. Era feio ser canhoto. Ao notar a tendência do bebê em usar mais a mão esquerda, as mães amarravam-na junto ao corpo para obrigá-lo a usar a direita. Quando a medicina descobriu que é o cérebro que comanda essa tendência, também a etiqueta aceitou que os canhotos seguissem sua natureza, trocando o lado dos talheres ao comer.
:: Boa ideia
No seu programa no GNT, o chef inglês Jamie Oliver sugeriu um petisco de coquetel montado em um garfo de prata. Tratava-se de um pedacinho de carne de porco e outro de abacaxi, ambos enrolados com uma tira de presunto de Parma. Jamie alinhou os garfos com os dentes para cima, dispostos lado a lado numa bandeja retangular estreita.
:: Aconteceu
O mundo comentou o fato de Michelle Obama ter recomendado aos convidados da comemoração de seus 50 anos que comessem em casa antes de irem à festa. A primeira-dama batizou sua recepção de Snacks & Sips & Dancing & Dessert (aperitivos, bebidas, dança e sobremesa). Diante disso, já fica subentendido que não haveria jantar. Um luxo foi a organização do evento ter recolhido todos os celulares para que as fotos não fossem postadas na internet, preservando a intimidade dos 300 convidados.
:: Etiqueta na prática
Envie sua pergunta para a Celia: donna.online@zerohora.com.br
Ele vai à frente dela
"Um amigo disse que manda a boa educação que o homem vá à frente da mulher numa escadaria e ao entrar no restaurante." MANOEL R.
Ele conduz a companheira, por isso vai na frente. No restaurante, cabe ao maitre conduzir o casal até a mesa. Ao subir uma escada é a mesma coisa. Porém, esta regra é relativa na prática. Há homens que sobem e descem degraus ao lado da companheira para dar-lhe o braço como apoio.
Tenue de ville
"Recebi um convite que pedia este tipo de roupa para um aniversário às 18h e fiquei sem saber o que significa." MARLY
Trata-se de uma expressão em francês assimilada pelo dress code. Significa traje passeio. Por ser em francês, as pessoas acham que é recepção, mas é um traje urbano, com um sapato impecável, ou um terninho. O homem pode estar sem gravata, mas de paletó ou blazer.