Em meio ao natural estresse de final de ano, estamos cheios de boas intenções para organizar os guardados da casa e facilitar a vida em 2014. Existe também este afã, quando se está saindo de uma depressão e se começa a colocar em ordem gavetas e armários, e também a cabeça. É uma energia posta em prática na escalação de valores.
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Josete Prunes, aos 47 anos, sabe bem disso. Depois de perder sua filha única, ela percebeu que deveria ter uma atividade em que pudesse expandir positivamente sua obsessão em fazer coisas até a perfeição. Pouco a pouco percebeu que não existe perfeição e precisava dar novo rumo à uma vida sem aspirações profissionais, consciente da necessidade de complementar sua aposentadoria de bancária.
Faz cinco anos, procurou um psicanalista e chegou à conclusão de que seu afã por organização poderia ser canalizado para uma atividade gratificante, tanto por prazer quanto pelo resultado financeiro. Ela tinha sempre seus guardados bem arrumados. Tirou algumas fotos das gavetas e foi fazer um curso na Domus Organizare.
Assim tornou-se free lancer como organizadora residencial, atendendo trabalhos na casa de amigas. Uma foi contando para a outra e ai está a Josete Prunes com uma agenda lotada de compromissos. A princípio, esses trabalhos não lhe pareciam bons, mas as clientes adoravam. Hoje está feliz com os resultados. Neste final de ano, recebe alta do psicanalista.
Ordem na arrumação
Além de organizar, inclusive livros, documentos e recibos, Josete faz mudanças de residência. Começa por eliminar com a cliente peças fora de uso e coloca as selecionadas em caixas etiquetadas para os respectivos espaços da nova casa.
Josete contrata uma empresa de mudanças de sua confiança, que faz as embalagens protetoras de louças e vidros encaixotados, responsabilizando-se pelas perdas. Cada cliente tem seu perfil e de acordo com ele é feita uma seleção das peças. O mais dificil neste processo é a cliente se desfazer para a escolha do que fica.
Sequência
1. Roupas de dobrar.
2. Arrumar pelas cores das malhas e peças de tecido numa escala das mais fortes às mais claras.
3. Unificar os cabides e setorizá-los de acordo com as estações e o "dress code".
4. Nas prateleiras, nada escondido. Os objetos mais altos ficam atrás. Nas gavetas, acomode as echarpes.
Saudação em plena festa
Deve haver sempre um momento de impacto, quer seja um show, uma projeção de imagens ou um bolo, que entre no salão ao som de música alta, gerando suspense.
Discursos breves nessas ocasiões cabem à hora dos brindes. Há muitos e-mails para a coluna pedindo como fazer uma saudação. Tomo como referência a comemoração de bodas de ouro, na qual o marido saúda sua mulher 50 anos depois do casamento.
O motivo da festa são as bodas de ouro, então ele se dirige à companheira lembrando como se conheceram e como foi a cerimônia do casamento. Fala no renovar da sensações ao ver seus filhos casarem. Neste momento, ele pode entregar um pequeno ramo de três ou quatro rosas brancas com fita dourada.
Dirigindo-se à sua mulher, ele diz:
- Quem sabe, Fulana, a gente pede aos nossos filhos que digam como marcamos suas vidas?
Em dois minutos, cada um relata um fato agradável na relação com os pais.
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Alunos não respeitados
"Sou universitária e, frequentemente, assisto alguns professores criticar os trabalhos realizados em grupo, com muita ironia perante a turma. Eles chegam a humilhar os alunos nessa crítica desrespeitosa. Como agir nessas situações, sem falar com a coordenação do curso?" FRANCIS
Também em programas de culinária na televisão se observam críticas que humilham o candidato de um concurso. Existe hoje maior intimidade entre alunos e professores. Por que não dizer para o professor, no final da aula e à parte, que críticas são sempre bem recebidas, mas que ele tem um jeito de criticar que deixa a pessoa encabulada perante a turma.