Pessoas com deficiência não têm seus direitos respeitados no País. Essa é a opinião de 77% dos 1.165 portadores de necessidades especiais entrevistados na pesquisa sobre a condição de vida deles no Brasil, feita pelo DataSenado, entre 28 de outubro e 17 de novembro. O estudo foi realizado com base no cadastro do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), com 10.273 registrados.
- As pessoas se sentem sem acesso aos serviços, desrespeitadas no seu direito de ir e vir, e o importante é que elas estão percebendo isso. O preconceito ficou tão natural, como quando um deficiente físico é carregado para entrar no ônibus que não tem elevador, que as pessoas não percebem como preconceito - argumenta a superintendente do IBDD, Teresa Costa.
A pesquisa mostra que os prédios públicos estão mais adaptados (18% responderam que a maioria tem acesso) que os comerciais (12% de respostas favoráveis). Mas as ruas e calçadas são o grande entrave para a locomoção - para 87%, nenhuma ou poucas das ruas estão adaptadas em sua cidade. Quatro em cada dez entrevistados deixaram de ir a algum lugar porque a estrutura física não estava adaptada.
Essa falta de adaptação também compromete o lazer - 64% dos deficientes físicos e 51% dos visuais gostariam de praticar esportes, mas não podem por falta de acesso; 25% dos deficientes auditivos gostariam de ir ao teatro; e 23% dos deficientes visuais iriam ao cinema, se as salas fossem adaptadas.