As maneiras de aproveitar a casa mudaram, e a cozinha foi um dos cômodos que mais passou por transformações. De 100% funcionais, hoje integram as áreas sociais e fazem parte de ambientes para receber, como neste apartamento que passou por uma reforma.
A ideia era que a posição onde antes ficava uma parede divisória passasse a ter uma ilha, que permitisse que o morador cozinhasse voltado para a mesa de jantar.
Como em todo processo de integração de espaços, algumas "heranças" precisaram ser solucionadas pela arquiteta Carina Fraeb, que assina o projeto de interiores. Uma delas, uma parte do piso, que ganhou ladrilho hidráulico com estampa geométrica preto e branco.
– Este era um visual que a cliente desejava desde o início e foi quase um ponto de partida – explica a arquiteta.
Um dos móveis mais impactantes, o armário estilo farmacinha, é desenho da profissional, com execução em madeira e portas com vidro que deixam à mostra um revestimento de algodão listrado.
Para as paredes da área de cozinha, mais atrativos visuais foram pensados, alternando a questão das cores: enquanto as tijoletas trazem um tom terroso de um lado, ao fundo os azulejos são branquinhos (da Stilo Elevato).
Nova delimitação
Após a integração de cozinha e sala de jantar, um novo piso de ladrilho hidráulico, da Ladrilhart, separa a área dos dois recantos
Dois visuais da madeira
Abaixo, um armário tipo cristaleira do acervo da família foi usado no projeto, ao lado da nova marcenaria em melamina que traz aparência semelhante a de pínus (execução da Abadi Móveis). Os tampos são silestone, e nas paredes ao fundo são azulejos que imitam os de metrô londrino
Aparência natural
Após a retirada de uma parede, os pilares aparentes foram integrados ao novo projeto – com acabamento lixado e verniz. As tijoletas foram instaladas sem rejunte em uma das laterais
Madeira à mesa
- Com a tendência do design nórdico, as madeiras claras estão em alta. Para a arquiteta Carina Fraeb, as tonalidades que lembram o pínus deixam a proposta contemporânea e ficam lindas com pedras sintéticas que deixam o visual mais clean por não terem veios aparentes.
- Uma forma atual de usar a madeira sem deixar a cozinha datada é investir em armários com traços retos, sem molduras e puxadores – além das cavas, os modelos que têm furos deixam a proposta dentro das tendências.
- Uma "tática" que Carina Fraeb indica é entender o mobiliário da cozinha como uma extensão da arquitetura de interiores. No caso deste projeto, o paneleiro de ferro fez uma composição com o pilar, que ganhou acabamento lixado e com verniz, e o silestone cinza.
- Dosar nas escolhas ajuda a não deixar o visual cansativo: "Se a pessoa quer colocar uma moldura no móvel, é preciso minimizar as cores e estampas na parede", explica a arquiteta.
- Para usar este ladrilho hidráulico, a ideia partiu de móveis retos e horizontais, para não gerar tantos focos de atenção.
- Para o projeto deste apartamento, o grande móvel da sala de jantar, desenhado sob medida, tem o fundo de tecido de algodão listrado e iluminação. Como os demais móveis eram "limpos", usou-se puxadores mais trabalhados para esse acabamento.
- Para resolver um problema de circulação – um pilar "sobrou" na sala de jantar e poderia gerar recantos estreitos – a arquiteta desenhou um banco com 2m40cm de comprimento que "abraça" esse elemento estrutural. Assim, deixou a mesa de jantar centralizada. Usar bancos, segundo a profissional, é sempre uma boa dica quando os lugares destinados para refeições são estreitos.
- É uma regra para todos os tipos de cozinhas, mas deve ser reforçado para quem optar por madeiras mais escuras. As iluminação adicional em pontos como armários pode fazer toda a diferença. E com a evolução das tecnologias, conforme Carina, já é possível mesclar as luzes entre brancas e amarelas e ter resultados entre o funcional e o aconhegante.