A Amazon inaugurou uma loja em Seattle, nos EUA, sem filas nem caixas registradoras.
O consumidor cria uma conta virtual, baixa o aplicativo e recebe um código visual – QR – que abre uma cancela. A partir daí, estende o braço e pega o que quiser. Põe na sacola e vai embora. A conta é enviada na hora ao celular. E ao cartão cadastrado.
Pesquisas indicam que esperar para pagar é o ponto mais desconfortável na experiência de consumo do varejo. Jeff Bezos quer acabar com o sofrimento. Investiu uma gigantesca quantidade de dinheiro em tecnologia. A Amazon Go tem mais de cem câmeras e sensores, teoricamente para identificar os itens a serem cobrados. Na verdade, o objetivo maior é capturar cada detalhe do processo de compra.
Esses bilhões de informações estão ajudando a formar um mapa inédito e perigoso. Uma publicação americana qualificou como a "big data na busca do Santo Graal do varejo". É o equivalente, numa versão mais nichada, ao que o Google já faz com as buscas e navegações que facilita.
Aproxima-se o dia em que a Amazon dominará cada aspecto da relação entre o consumidor e os produtos que escolhe. Os mais assustados afirmam que então seremos, definitivamente, como gado no brete.
Quando eu entrar em uma loja dessas, farei tudo ao contrário do que sempre faço. Gestos inexplicáveis, caminhadas de ré, movimentos bruscos, escolhas absurdas. Será a minha pequena revolução contra o poder que estamos todos concedendo, em nome do conforto, ao Grande Irmão.