Gaúcho que assistiu na sexta-feira à palestra do juiz Sergio Moro na Universidade de Heidelberg, uma das mais tradicionais e respeitadas da Alemanha e do mundo, envia o seu relato à coluna:
Foi bastante diferente para os padrões de eventos acadêmicos alemães. Palestras de professores estrangeiros não costumam atrair mais de duas dezenas – com muita sorte – de interessados. A palestra do juiz Moro, no entanto, atraiu bem mais de três centenas. Como o interesse foi grande, o local já havia sido alterado para um auditório maior. Não adiantou. Havia pessoas de pé, que não conseguiram lugar.
O título da palestra era:
"The failures of regulation and self-regulation. How to analyze and prevent corporate crime?" (As falhas na regulação e na autorregulação. Como analisar e prevenir os crimes corporativos?).
Apesar do título, a palestra versou sobre as lições que se pode tirar do combate à corrupção, especialmente em virtude da Operação Lava-Jato. Sergio Moro falou em tese, não se manifestando sobre casos e suspeitos ainda não julgados.
Havia um pequeno grupo – não mais de 15 a 20 pessoas –, formado por brasileiros e alemães, com faixas e cartolinas de protesto. Algumas chamavam Moro de traidor, outras o acusavam de golpista, outras de entregar a Petrobras aos americanos.
No entanto, a imensa maioria, estudantes e profissionais, brasileiros e alemães, estava lá para ouvi-lo e/ou apoiá-lo.
Ele foi muito aplaudido antes e depois da sua fala. Mais da metade do público o aplaudiu de pé. Durante a sessão de perguntas, houve manifestações contrárias, novamente com a versão de que Moro é parcial e persegue o ex-presidente Lula. O magistrado foi firme em suas respostas.
Alguém da plateia disse que era uma vergonha para a Universidade de Heidelberg receber uma figura como Sergio Moro. O professor responsável, Dr. Markus Pohlmann, tomou a palavra e, de forma bastante enfática, falou que se tratava de um evento acadêmico, não político, e que a universidade era o local para a troca saudável e democrática de ideias. E que, na opinião dele, era uma alegria e uma honra receber alguém como Sergio Moro, responsável pela maior operação de combate à corrupção no Brasil.
O evento mostrou o grande interesse dos alemães nos acontecimentos políticos brasileiros, em especial na figura do juiz Sergio Moro, responsável, segundo a compreensão da maioria dos alemães, por uma operação sem precedentes no combate à criminalidade financeira no Brasil.
O evento foi todo em inglês. Como até protesto é organizado por aqui, o organizador pediu que as manifestações fossem feitas após a fala.
Assim, Moro falou por uma hora e só depois as pessoas levantaram os cartazes, no próprio auditório. Mas não houve nenhum tipo de gritaria ou excesso. Eram poucas pessoas, a maioria mais velha, que claramente não eram estudantes da universidade.
Eles apenas levantaram cartazes com algumas frases em alemão e inglês.
Após o evento, conversei com alguns alemães que não entenderam muito bem o motivo daquela manifestação.
2017
A partir de hoje, a palavra é reconstrução. O futebol está dando esta chance ao Inter. Nova direção, novo ano, nova motivação. Danilo Fernandes, mais uma vez, foi craque e lúcido: "Nós não caímos hoje (ontem)".
A volta, sim. Começou domingo, num estádio acanhado e com cara de segunda divisão no Rio de Janeiro. A tristeza faz parte.
49,8 %
...dos gaúchos que passarão férias longe de casa apontam o litoral gaúcho como destino preferido. Capão da Canoa e Tramandaí, com 13,8% e 11,9% das citações, lideram as preferências dos que irão para a praia. Os dados completos da pesquisa serão divulgados pela Fecomércio-RS na terça-feira (13/12).