O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O governo do Rio Grande do Sul começa a semana sob pressão para rever o corte de benefícios fiscais, que entra em vigor no dia 1º de abril. O abrandamento no teor dos decretos, anunciado há duas semanas pelo governador Eduardo Leite, foi insuficiente para aplacar as críticas da oposição e do setor produtivo, que aguarda novas alterações.
Juntas, as principais entidades empresariais do Estado lançaram uma campanha publicitária que chama atenção para a previsão de aumento no preço dos alimentos e organizam uma manifestação em frente ao Palácio Piratini para a próxima segunda-feira (1º).
Na Assembleia Legislativa, partidos de oposição levaram ao plenário a discussão sobre a revisão dos incentivos, que promete agitar sessão de terça-feira (26). PT e PL recorreram da decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que rejeitou requerimentos que almejam derrubar os decretos de Leite.
Os deputados não votarão a derrubada dos decretos, apenas se os dois requerimentos poderão seguir tramitando. A tendência é de que ambos sejam derrubados, mas, ao tratar o tema ao plenário, a oposição abre flanco para fustigar os deputados governistas e ampliar o desgaste do Piratini.
Em paralelo, também começou a batalha jurídica a respeito da validade dos cortes. Na semana passada, uma liminar suspendeu a oneração do pão francês.
O governo recorreu e, neste domingo (24), o presidente do Tribunal de Justiça, Alberto Delgado Neto, reverteu a decisão de primeira instância. Novas ações são esperadas para os próximos dias.
Aliás
Deputados de oposição que bradam contra o corte de incentivos fiscais se dividem em dois grupos: os que realmente acreditam que a medida prejudicará a economia do Estado e os que acreditam que o fôlego financeiro ajudará a impulsionar a popularidade do governo Leite.