Em vez de flexibilização, o que o governo do Estado anunciou nesta quarta-feira (17) é o fim de todas as restrições impostas para conter a disseminação da covid-19. No que depender do Piratini, não será mais obrigatório respeitar o distanciamento entre as pessoas em bares, restaurantes, estádios de futebol, shows, cinemas ou quaisquer eventos.
O comitê de crise apenas recomenda que se evite ficar a menos de um metro de distância de pessoas que não pertencem ao mesmo núcleo familiar, mas acabou aquela obrigação de deixar duas cadeiras vazias entre uma pessoa e outra em espetáculos ou de não poder consumir bebidas em pé. Mesmo o uso de máscara, que segue obrigatória por lei federal, não será fiscalizado nem haverá multa para quem não usar.
Essa liberação não impede que cada estabelecimento adote as regras que julgar convenientes. O que o governo está dizendo é que transferiu a responsabilidade para cada cidadão e que emite apenas recomendações. Equivale a dizer que é uma aposta no bom senso, mesmo sabendo que essa é uma mercadoria escassa no Brasil. Recomenda-se, por exemplo, preferência à realização de atividades em locais abertos ou garantir a renovação natural do ar, com portas e janelas bem abertas ou sistema de circulação de ar. E se alguém quiser fazer uma festa em local fechado, com ar-condicionado? Pode. A partir de agora, é questão de escolha – ou de mercado, porque haverá quem continue preferindo frequentar lugares com menor risco de contaminação.
O que continuará a ser obrigatório é o passaporte vacinal em atividades de maior risco ou locais de aglomeração, até que o município atinja 90% da população adulta com o esquema vacinal completo. Além da proteção coletiva, é uma forma de estimular as pessoas a se vacinarem.
ALIÁS
A pandemia ainda não acabou, e o recrudescimento da doença na Europa indica que é preciso manter os radares ligados. A liberação autorizada pelo governo leva em conta a estabilização dos números, mas o Rio Grande do Sul ainda tem hospitais com mais de 60 dos leitos de UTI covid ocupados, como é o caso da cidade de Rio Grande.