Na tradição católica em que fui batizada, crismada e catequizada, a Sexta-Feira Santa era um dia sagrado. Crianças, não podíamos subir em árvores nem comer carne. Os adultos não trabalhavam na roça, não ouviam rádio, não limpavam a casa, não lavavam roupa, não faziam nada que não fosse absolutamente essencial. Nem leite se tirava nesse dia santo, porque rezava a lenda que alguém, um dia, foi ordenhar a vaca e do úbere saiu sangue. O Deus amado e temido, que tudo via e tudo anotava, nos queria silenciosos e recolhidos em casa no dia em que Jesus morreu pregado na cruz.
Diário do isolamento – Dia 25
Colocar vidas em risco na Sexta-feira Santa ou em qualquer dia não é cristão
Presidente desrespeita regra do isolamento, sai às ruas e estimula aglomerações