São duas as explicações possíveis para a afirmação do ex-presidente Lula de que "o PT pode ensinar, inclusive, a combater a corrupção": ou ele debocha do Brasil, ou passou a viver em um mundo paralelo.
É possível que Lula tenha um conceito particular sobre o que seja corrupção, para dizer o que disse e não ficar da cor da bandeira do partido. Por esse conceito, dinheiro de propina para financiamento de campanhas só seria corrupção quando envolvesse os adversários.
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A corrupção, endêmica no país, floresceu nos governos petistas, como indicam dezenas de confissões feitas em delações premiadas. O BNDES injetou dinheiro altamente subsidiado em empresas que devolveram o benefício em forma de contribuições para campanhas dentro do Brasil e para aliados em outros países, como Hugo Chavez, da Venezuela.
É verdade que Lula fortaleceu a Polícia Federal e criou a Corregedoria-Geral da União, mas isso não impediu que a Petrobras fosse sangrada por diretores corruptos em conluio com políticos dos partidos aliados. As aulas de Lula poderiam incluir um capítulo sobre como tentar convencer os incautos de que os delatores mentem quando confessam pagamentos milionários a petistas e falam a verdade quando entregam os delitos dos adversários.