O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil anunciaram, nesta semana, os 30 estudantes da rede pública selecionados para o programa Jovens Embaixadores de 2025. Criado em 2003, a iniciativa propicia uma espécie de intercâmbio cultural aos jovens, que ficarão por três semanas em janeiro nos EUA. Entre os selecionados, está Murilo Ferreira Ribeiro, de 17 anos, morador de Imigrante, no Vale do Taquari.
Nesta edição, o programa, vai acontecer entre 7 e 25 de janeiro. A programação inclui oficinas de liderança e empreendedorismo, projetos de impacto socioambiental, encontros com representantes do governo, visitas a escolas locais e apresentações sobre o Brasil e suas regiões.
Veja a entrevista completa:
O que é o projeto Jovem Embaixador?
É uma iniciativa da própria embaixada dos Estados Unidos, aqui no Brasil, em parceria com o Grupo+Unidos e o World Learning, que é feito anualmente uma seleção dos jovens que se destacam nas suas comunidades. O jovem que tem interesse tem de se inscrever e passar várias etapas de processos seletivos e eles avaliam os que mais se destacam. Esse ano, por exemplo, foram 30 e ganham um intercâmbio cultural para os Estados Unidos.
Como você ficou sabendo do projeto?
Eu estava na minha aula de violino e a minha professora disse que ficou sabendo do intercâmbio, viu nas redes sociais, e disse que achava que eu me encaixava nos requisitos e, como eu tinha um inglês bom, achou que eu tinha a oportunidade de conseguir.
Como foi a inscrição?
Para se inscrever nos Jovens Embaixadores, tínhamos de fazer parte de um projeto socioambiental. E esse era o meu — Empreender e Inovar para a Sustentabilidade: desenvolver hábitos e práticas individuais e coletivas de cuidado na produção, para tornar os negócios mais social e ambientalmente responsáveis. Cada Jovem Embaixador tem um diferente. A minha é uma iniciativa da escola e nele desenvolvemos o cuidado com hábitos e práticas individuais e coletivas na produção em áreas urbanas e rurais pra empreender no futuro com uma responsabilidade ambiental e social. Fazemos leituras, análises, pesquisas, entrevistas, olhamos a legislação e políticas públicas do município, do estado com esse viés mais ambiental.
Como será o dia a dia do programa nos EUA?
Ainda não temos o cronograma certo, mas sabemos, conversando com os jovens embaixadores das outras edições, que ficaremos um tempo em Washington, na capital, três dias no início do programa e três dias no final. E nesse meio tempo, ficamos com host families em cidades que são diferentes para cada grupo. São três cidades: uma é Pensacola, na Flórida, a outra é Cleveland, em Ohio, e a outra é Tulsa, em Oklahoma.
Você é o único gaúcho. Como é que fica o sentimento de representar o Estado nessa atividade?
E é um sentimento muito bom de ser o único do Rio Grande do Sul, porque eu tenho só 17 anos, então é uma das minhas primeiras grandes realizações pessoais. E carregar a bandeira do RS é incrível, não tem como explicar.
Como estão os preparativos e a ansiedade?
Estou muito ansioso há uns três dias já, é uma ansiedade em escadinha. Primeiro conseguir a documentação em tempo, depois de conhecer os outros jovens embaixadores, que já conversamos bastante no WhatsApp, e depois conhecer a galera de fato dos Estados Unidos, conhecer os jovens de lá, que é o que eu mais estou curioso, de conhecer gente nova. E de viajar também. Acho que é um sentimento incrível, estou muito feliz. Ao mesmo tempo está acontecendo muita coisa na minha vida, por exemplo, se preocupar com o Enem, estou no terceiro ano, então se preocupar com o fim do Ensino Médio e a formatura. Eu faço curso técnico também na Univates, então também estou finalizando. É uma mistura de sentimentos, e quando vê já chegou a hora, então dá para esconder um pouco a ansiedade nessa rotina maluca.
Imigrante é um municípios de três mil habitantes. Como está o clima na cidade? Serve de inspiração para outras pessoas?
Acho que sim, porque temos que mostrar que a adolescência não é só festa, balada. Temos que mostrar que também é importante estudar e que isso tem retornos. E pros jovens daqui é também uma grande inspiração. E aqui também tem bastante iniciativas de liderança, projetos, e mostrar que pra eles que vale a pena, de fato, fazer parte disso.
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