Que história macabra e profundamente triste, que envolve política e racismo. Talvez seja uma trágica caricatura dos tempos que nos tocaram viver.
O ex-governador do Estado boliviano de Pando Leopoldo Fernández foi condenado na sexta-feira a 15 anos de prisão pelo massacre de 13 indígenas em 2008, quando o país estava sob forte polarização política.
Diz comunicado do Ministério Público: "O Ministério Público provou a autoria de Leopoldo Fernández no caso do 'Massacre de Porvenir' e ele foi sentenciado a 15 anos de prisão pelo homicídio de 13 pessoas".
Fernández, um influente opositor ao governo Evo Morales, denunciou que seu julgamento teve motivações políticas e disse que apelará ao Supremo Tribunal.
Em setembro de 2008, um grupo de indígenas que apoiava Evo seguiu para Cobija, capital de Pando, em meio a protestos contra o presidente apoiados por Fernández, veterano líder de direita, ex-presidente do Senado e ex-ministro do Interior. Os indígenas, de acordo com o Ministério Público, foram reprimidos com violência por funcionários de Pando e civis opositores, e o confronto deixou 13 mortos e cerca de cem feridos. Na ocasião, cinco das nove regiões da Bolívia foram sacudidas por protestos violentos contra Evo Morales. Fernández, preso pouco tempo depois do massacre, sempre alegou inocência.