São diversos os convites para o presidente Barack Obama na sua visita à Argentina, entre 23 e 24 de março. Certamente, ele fará algo acerca dos 40 anos da última ditadura militar - coincidência ou não, esse aniversário tétrico de quatro décadas ocorrerá bem quando Obama estará em Buenos Aires.
Uma declaração, ele faria? Grupos de direitos humanos, que programam marchas e outros eventos para essa data, esperam que Obama se manifeste sobre o apoio americano ao golpe que instaurou aquele regime de trevas.
O presidente argentino, Mauricio Macri, estaria disposto a levá-lo até a sede da Escola de Mecânica da Armada (Esma), antigo centro de tortura.
Vem, porém, do próprio Congresso americano e do Partido Democrata, o de Obama, uma sugestão que ele também deverá cumprir e que igualmente se refere a questões de direitos humanos: visitar a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), onde, em 1994, um atentado terrorista deixou 85 mortos. Somados aos 29 de ataque similar à embaixada de Israel, dois anos antes, foram 114 mortos de uma tragédia humanitária que marcou a Argentina.
O pedido partiu do democrata Eliot Engel e, também, do republicano Edward Royce. Ambos integram a Comissão de Relações Exteriores do Congresso.
Os dois parlamentares enviaram carta a Obama em que justificam o pedido: "A visita seria um importante sinal de que os Estados Unidos estão junto com a Argentina, ombro a ombro, na luta contra o terrorismo".
O presidente da Amia, Thomas Saieg, diz que há grande expectativa entre a comunidade judaica a respeito da possível e significativa visita.
- Faríamos uma homenagem às vítimas. O prédio da Amia é um emblema importante para todos nós, argentinos - diz ele.
Obs: além da visita à Argentina, Obama fará, antes, uma viagem por si só histórica até Cuba. Será o primeiro presidente americano em quase 90 anos a pisar na ilha que se tornou inimiga a partir do início dos anos 1960.