Toda a América Latina vive um momento novelesco, você concorda? No Brasil, tudo o que estamos vendo, com grampos revelando diálogos e bastidores comprometedores no núcleo do poder. Na Venezuela, uma crise institucional que flerta com o absurdo. Na Colômbia, um processo de paz histórico. Na Argentina, um governo liberal novo que age em total contraposição à administração antecessora. No Peru, a provável volta da família Fujimori ao poder. No Chile, a antes popularíssima Michelle Bachelet com baixíssima popularidade e enfrentando problemas de corrupção que envolvem a própria família. Em Cuba, a visita impressionantemente histórica de Barack Obama, que, aliás, também deve fazer algo de altíssima relevância simbólica em Buenos Aires, onde estará no aniversário de 40 anos do golpe militar apoiado pelo seu país. Enfim, assuntos não faltam, com fatos não necessariamente bons ou ruins. Simplesmente, são fatos que ocorrem e que mantém a todos atentos.
Agora, novela mesmo está rolando na Bolívia. O Ministério Público local informa que nunca existiu o filho do presidente Evo Morales e de Gabriela Zapata. De acordo com os investigadores, Gabriela falsificou documentos para atestar o nascimento de uma criança que nunca existiu.
O procurador-geral do país, Ramiro Guerrero, afirmou que Gabriela Zapata apresentou ao cartório uma declaração de maternidade do Hospital da Mulher de La Paz, correspondente a uma criança nascida em 2006.
Na certidão, o menino aparece como se tivesse nascido em 30 de abril de 2007. Guerrero afirmou também que não existe documentação que confirme a internação de Gabriela no hospital no período descrito na declaração.
A informação de que o presidente, solteiro e sem filhos, teria um herdeiro que surgiu em 3 de fevereiro. O jornalista Carlos Valverde mostrou como prova uma certidão de nascimento da suposta criança.
Dois dias depois, o presidente admitiu a relação e o nascimento da criança, que, segundo Morales, teria morrido ainda em 2007. No final de fevereiro, uma tia de Gabriela disse que o menino estava vivo, mas a ex-namorada negou.
Guerrero ainda acusou Gabriela de falsificar o diploma de direito que garantiu à ex-namorada do presidente um emprego na empresa chinesa CAMC, que ganhou diversas licitações do governo boliviano.
Ela está presa desde 26 de fevereiro, acusada de tráfico de influência, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro pela atuação na empresa. A oposição acusa Morales de ter beneficiado a ex-namorada.
O presidente nega e, por sua vez, diz que o caso foi usado pela oposição para prejudicá-lo no referendo que, no mês passado, rejeitou a possibilidade de o presidente concorrer a um quarto mandato à presidência do país.
O vice-presidente Álvaro García Linera diz que Evo foi vítima de um complô
- Houve aqui uma mentira coletiva da direita para atacar Evo Morales.
Então, tá.