Nesta semana, a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) anunciou que pretende entrar no metaverso. Seria a a primeira entidade a ingressar no mundo virtual, e ainda teria "sede própria".
Em todo o mundo, já existem "imobiliárias" especializadas em vender terrenos digitais. Mas essa será uma nova versão dos "terrenos na lua", golpe que ganhou popularidade nos anos 1960, depois da primeira alunissagem da história, em 20 de julho de 1969.
A quebra de barreiras tecnológicas, como foi o primeiro pouso do homem na Lua, abre espaço tanto para oportunidades verdadeiras quanto para fraudes grosseiras. A chegada da humanidade ao metaverso, portanto, embute espaços legítimos e espertezas em geral. No caso da Fiergs, a proposta faz sentido: a entidade pretende usar o metaverso como canal de comunicação para temas institucionais e para promover marcas e produtos das indústrias gaúchas.
Mas já existe um movimentado "mercado imobiliário" vendendo terrenos no metaverso, que provocou o surgimento de "zonas nobres" - onde há maior quantidade de usuários ativos - e periféricas. A revista especializada em economia Fortune projetou que o mercado de terrenos virtuais pode ser uma oportunidade de "vários trilhões de dólares" e que a primeira compra de imóvel das novas gerações tende a ser no metaverso, não em tijolos.
Para deixar a situação mais clara, não existe apenas um metaverso, mas várias plataformas de realidade virtual. São essas empresas que negociam NTFs (sigla em inglês para tokens não fungíveis, ou arquivos digitais com exclusividade garantida) representando imóveis em seus respectivos universos. Entre as mais conhecidas, estão The Sandbox, um mundo de jogos virtuais, e a Decentraland. Há relatos de "compra de terreno" por US$ 2,43 milhões.
A Fiergs no metaverso
A entidade gaúcha prevê um prédio institucional, com conteúdo, dados e espaços para os grupos temáticos, e um pavilhão industrial que hospedará um showroom permanente onde as indústrias poderão expor seus produtos, fazer lançamentos de inovações e estabelecer conexões.