Apesar das declarações do ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, é provável que haja cartola e coelho no horizonte das medidas econômicas em preparação no Planalto. E alimentadas por pedaladas, embora indiretamente.
Para tentar, em uma cajadada só, tirar coelho da cartola e uma lebre que rói o crescimento da economia, estaria em estudo a utilização dos recursos transferidos aos bancos públicos a título de quitação das manobras contábeis.
Seria uma forma de compensar a escassez de recursos para financiamento imobiliário que atrapalhou a vida de consumidores e do setor da construção civil no ano passado. Empresas que atuam nas duas pontas de renda – a baixa tem o Minha Casa Minha Vida e a alta não precisa de empréstimo – foram bem, mas as que atuam na faixa média se ressentem da falta de crédito.
E boa parte disso se deve ao número que foi divulgado ontem: 2015 fechou com fuga de R$ 53,6 bilhões do sistema de poupança, que irriga o financiamento habitacional. O plano tem um lado virtuoso, que é devolver a circulação de recursos a um dos segmentos que mais empregam no Brasil. No entanto, dada a peculiar forma empregada para a quitação das pedaladas, os recursos são mais virtuais do que reais. O risco é cavar mais fundo no rombo das finanças públicas, no momento em que não há mais espaço para isso.