Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Quitação pode virar crédito

Pedaladas podem ajudar a tirar coelho da cartola da economia

Planalto estuda recuperar crédito, especialmente habitacional, com recursos da quitação das manobras fiscais, em tese virtuais 

Marta Sfredo

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Apesar das declarações do ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, é provável que haja cartola e coelho no horizonte das medidas econômicas em preparação no Planalto. E alimentadas por pedaladas, embora indiretamente.

Para tentar, em uma cajadada só, tirar coelho da cartola e uma lebre que rói o crescimento da economia, estaria em estudo a utilização dos recursos transferidos aos bancos públicos a título de quitação das manobras contábeis.

Seria uma forma de compensar a escassez de recursos para financiamento imobiliário que atrapalhou a vida de consumidores e do setor da construção civil no ano passado. Empresas que atuam nas duas pontas de renda – a baixa tem o Minha Casa Minha Vida e a alta não precisa de empréstimo – foram bem, mas as que atuam na faixa média se ressentem da falta de crédito.

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E boa parte disso se deve ao número que foi divulgado ontem: 2015 fechou com fuga de R$ 53,6 bilhões do sistema de poupança, que irriga o financiamento habitacional. O plano tem um lado virtuoso, que é devolver a circulação de recursos a um dos segmentos que mais empregam no Brasil. No entanto, dada a peculiar forma empregada para a quitação das pedaladas, os recursos são mais virtuais do que reais. O risco é cavar mais fundo no rombo das finanças públicas, no momento em que não há mais espaço para isso.

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