O Grêmio escolheu seu alvo nesta reta final de Brasileirão, em que busca com sofreguidão três míseros pontos: a imprensa.
Como se todos os problemas técnicos do time, a falta de resultados, a montagem de um grupo desequilibrado e a ausência de processos coletivos fossem tudo resultado do que é publicado em jornais e sites, informado nas rádios e debatido em mesas redondas.
Olhar para dentro de si, reconhecer erros e perceber por que houve acertos é difícil mesmo. Sempre, o mais fácil, é apontar o erro nos outros. Terceirizar a culpa.
As entrevistas concedidas em Belo Horizonte mostram que o clube decidiu partir para o ataque em vez de se fechar em si mesmo e entender as razões para uma temporada ruim.
Isso é também fruto da alta pressão do momento. Mas em um clube do tamanho do Grêmio é preciso saber lidar com este problema. Não é o que está acontecendo.
A entrevista de Alberto Guerra na véspera, em que ofende um jornalista qualificando-o como "filho de chocadeira", e a de depois do jogo, de Renato, em que ameaça jornalistas e suas famílias, mostram que o Grêmio acusou o momento.
Que fique claro, não se trata aqui de defender o trabalho da imprensa ou colegas. Há erros e acertos deste lado do balcão, há bons e maus profissionais, há boas e más perguntas nas coletivas.
Assim como há erros e acertos de técnicos, boas e más escolhas de jogadores, bons e maus dirigentes, Sempre foi assim e sempre será.
O que não se pode é ultrapassar a fronteira do respeito. E, essa, infelizmente, foi atravessada com folga em Belo Horizonte.
Faltam três pontos. Que venham logo, para que a torcida do Grêmio possa, enfim, colocar um ponto final neste ano e jogá-lo lá no fundo da despensa da memória.
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