Libra e Forte Futebol (LFF) já fizeram a primeira reunião depois das mudanças no estatuto que aproximaram os dois grupos. Foi no começo da última semana, de forma online. Os clubes indicados pelos dois blocos apresentaram seus pontos de vista e ficaram de retomar as conversas.
Segundo Alberto Guerra, presidente do Grêmio e um dos seis integrantes da comissão eleita pela Libra, é provável que uma nova rodada de negociações ocorra nos próximos dias. A Dupla, aliás, está presente na mesa, já que o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, é a principal liderança do Forte Futebol.
Comissões
Pela Libra, estão à mesa, além de Alberto Guerra, pelo Grêmio, Duílio Monteiro (Corinthians), Gabriel Lima (Cruzeiro), Guilherme Bellintani (Bahia), Rodolpho Landim (Flamengo) e Thairo Arruda (Botafogo).
No último dia 6, a Libra fez alterações em seu estatuto e aproximou-se dos números defendidos pela Forte Futebol. A diferença entre quem ganha mais e quem ganha menos passa a ser de 3,4 vezes. O modelo para divisão de receitas também se torna semelhante, passando a ser de 45% igualitário, 30% por desempenho e 25% por média ponderada de audiência — que vem a ser o índice em cada plataforma.
Nós para desatar
Aqui, porém, está um dos nós a serem desatados na mesa de negociação. A Libra defende uma transição de cinco anos para chegar aos 3,4% e ao modelo redefinido de divisão. Ou quando atingir R$ 4 bi de receitas. Porém, a Libra defende que, a partir de R$ 2,7 bi, as garantias que hoje tem Flamengo e Corinthians no PPV se dissolvem.
A Forte Futebol defende que essas garantias precisam ser eliminadas, para que se tenha desde o princípio uma divisão igualitária. Salienta que Flamengo e Corinthians querem entrar no novo negócio sem correr os riscos aos quais os demais estarão expostos. Mesmo que seja uma bandeira inegociável da FF, Guerra aposta numa discussão que não será resolvida sem maiores percalços.
Série B
Outro ponto de discordância que precisará ser desatado é quanto será destinado à Série B. A Libra acredita que 15% é um percentual muito acima do que destinam ligas como a Premier e a La Liga, que reservam entre 10% e 11%. A Forte Futebol tem como cláusula pétrea a destinação de 18% para a Série B e 2% à Série C. Entende que tendo uma Segunda Divisão forte e robustecendo a Série C provocará reflexos positivos na Série A.
A Libra, em seus bastidores, entende que essa é uma posição política da FF, quando deveria ser de negócio, por se tratar da formatação de um novo produto. Aqui, se observa uma zona de atrito entre os dois blocos.
Unanimidade
Na reunião realizada há duas semanas, a Libra adiou o debate para tratar da necessidade de unanimidade em qualquer votação de mudança no estatuto. Esse é outro ponto de crítica da FF. Ela apregoa que sejam necessários dois terços dos votos. Nem mesmo uma alteração para 85% como índice mínimo é aceito. Guerra, na conversa que tivemos no domingo, diz que há um consenso de que a exigência de unanimidade deverá ser derrubada.