A última edição do Informex (boletim informativo do Exército brasileiro, uma espécie de Diário Oficial dos fardados) traz novidades. Na lista de 40 movimentações na cúpula das Forças Armadas, que começa a valer em maio, dois militares que hoje atuam no Rio Grande do Sul serão promovidos a cargos proeminentes. As promoções ainda precisam ser submetidas ao Ministro da Defesa, que costuma confirmá-las.
O gaúcho e atual chefe do Comando Militar do Sul (CMS), o general de Exército Valério Stumpf Trindade, deve ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército (EME). Ele hoje comanda as tropas terrestres dos três Estados do Sul. O seu subchefe deve ser o general de Divisão Hertz Pires do Nascimento, que atualmente chefia a 3ª Divisão do Exército (sediada em Santa Maria e que responde, territorialmente, por todas as unidades militares terrestres da metade oeste do Rio Grande do Sul).
O Estado-Maior, em Brasília, é o órgão de direção-geral do Exército Brasileiro, responsável por assessorar o Comandante do Exército e coordenar as principais atividades da força armada terrestre. Especificamente quanto ao preparo para as operações militares.
Ambos os generais têm vastas credenciais, dentro e fora do país. Stumpf foi Observador Militar da ONU em Angola (missão UNAVEM II) e na Iugoslávia (missão UNPROFOR). Nos dois locais teve oportunidade de presenciar combates reais. Foi também adido militar junto à Embaixada do Brasil no Reino Unido.
Já Hertz, carioca com carreira bastante fundamentada em território gaúcho, também tem vasta experiência internacional. Frequentou a Escola de Blindados do Exército da Bélgica, o curso de Operações Psicológicas e Assuntos Civis no Fort Bragg (Estados Unidos), o Curso de Treinamento Militar e Programa de Cooperação de Língua Inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Canadá, ocupou cargo de chefia na Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti e foi Oficial de Ligação do Exército Brasileiro junto ao Centro de Armas Combinadas do Exército dos Estados Unidos (em Forte Leavenworth – Kansas).
Como se vê, nenhum dos dois é recruta. São militares profissionais, vocacionados. Que exerçam suas novas funções com o talento até agora demonstrado.