É uma aposta de retomada carregada de expectativas que marca a 45ª Expointer, oficialmente lançada na Capital e que ocorre a partir do próximo dia 27 no parque Assis Brasil, em Esteio.
A começar pelas projeções superlativas: 600 mil visitantes esperados e R$ 4 bilhões em negócios encaminhados. Números que refletem, mais do que uma percepção/vontade, um alinhamento com o cenário atual. No caso das máquinas, que são a essência em se tratando de faturamento da feira, a estimativa que vem da indústria tem como base avaliação feita pelo sindicato com associadas. Claudio Bier, presidente do Simers, explica que empresas de todos os tamanhos, das grandes marcas multinacionais, às mais locais, são consultadas.
— Buscamos informações sobre como estão as vendas, as entregas. Por aí, vamos fazendo um levantamento. E a Expointer, pelo tamanho, pelo nome, é respeitada. É um uma feira em que a procura é alta.
E nem mesmo as restrições de crédito oficial — com linhas como a Moderfrota, voltada à aquisição de máquinas, suspensa em menos de um mês de Plano Safra — preocupam.
O dirigente justifica a segurança a partir de uma combinação de fatores que vão da capitalização do agro e a disputa das instituições financeiras pelo segmento, o que amplia a oferta de financiamentos com condições muito próximas às oferecidas pelo pacote do governo. Além disso, há mecanismos novos para financiar via iniciativa privada, igualmente ampliando o cardápio de opções.
— Os bancos estão disputando o agro, têm juro muito próximos ao do crédito oficial.
Essa fonte segue, no entanto, extremamente importante para a agricultura familiar. Com o recente acréscimo feito para os financiamentos do Pronaf, Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado(Fetag-RS), avalia que recursos não devem ser um problema durante a exposição.
— O que temos dito ao produtor é que ele precisa ter cuidado ao investir. Fazer o investimento se precisar.
Outro ponto que alimenta prognósticos positivos é a mudança no comportamento do próprio setor. Bier explica que, em razão da demanda aquecida — e com prazos de entrega média entre 120 e 150 dias —, as revendas têm se programado para fazer estoque.
— Vamos vender bem, será uma boa feira — reforça.