
O Rio Grande do Sul terá prazo extra para a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. A autorização saiu na última sexta-feira e ampliou para 10 dezembro a data final da imunização que, nesta fase, tem como alvo bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade — 4,7 milhões de animais. A necessidade de alteração veio porque faltaram doses de vacinas nas agropecuárias credenciadas pelo ministério para a venda. Mas se o contingente a ser vacinado é sempre o mesmo, por que isso aconteceu?
Porque as revendas acabaram comprando volume menor, preocupadas em ficar com estoque de produto que deixará de ser utilizado na atual formulação. A dose de 5ml está autorizada, por enquanto, até o fim de dezembro. Depois, passará a ter 2ml — salvo alguma alteração determinada pelo Ministério da Agricultura.
Essa modificação tem como objetivo reduzir a reação à vacina. Veio na esteira do embargo americano à carne bovina in natura, em junho de 2017. A razão apontada para a suspensão foi a detecção de abscessos na carne bovina embarcada, que seriam reação à dose aplicada.
Grazianne Rigon, da coordenação do Programa de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa na Secretaria da Agricultura, conta que outros Estados também receberam autorização para ampliar o período de vacinação, incluindo o Paraná, que deve suspender a imunização em 2019.
Pelos dados oficiais, até o momento o percentual já vacinado no Rio Grande do Sul é de 60%. Como a informação não é disponibilizada em tempo real — os produtores têm até cinco dias após a imunização para fazer a comunicação —, o percentual pode ser maior. A meta é de 90%.
As agropecuárias do Estado montaram uma lista de produtores que ainda precisam fazer a imunização para adquirir somente a quantidade solicitada. Grazziane orienta que os pecuaristas busquem informações (no site agricultura.rs.gov.br/aftosa há lista e telefone das agropecuárias credenciadas).