Única interessada a se habilitar para o arrendamento da unidade da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) de Santa Rosa, no Noroeste, a cooperativa Cotrirosa tem pressa em assumir a operação. O motivo está relacionado ao ritmo da safra de soja na região. A colheita começou e deve se intensificar nos próximos 15 dias. O interesse na planta vem justamente da necessidade de ampliar a capacidade de armazenagem, diante do volume do grão recebido – mais do que dobrou nos últimos dois anos.
– Temos certa urgência para o início das operações. Estamos otimistas que o contrato possa ser assinado até segunda-feira – diz Adair Antônio Galera, gerente administrativo-financeiro da Cotrirosa, que participou da abertura do envelope de proposta, ontem, na Capital.
Como apenas uma cerca separa a unidade da companhia e a cooperativa, a logística para o começo das atividades é simplificada. Galera prevê a necessidade apenas de reparos pontuais.
A direção da Cesa também trabalha com a perspectiva de que, até o início da próxima semana, esteja com o contrato assinado. O arrendamento previsto pelo edital é de um ano, podendo ser prorrogado. Mensalmente, a Cotrirosa irá desembolsar aluguel de R$ 31 mil.
– Nesse meio tempo, nada impede que a unidade seja vendida – afirma Carlos Kercher, presidente da Cesa.
Interesse por parte da Cotrirosa na compra há. Kercher nega que a opção pelo arrendamento – e não pela venda direta – seja em decorrência do patrimônio da estatal estar como garantia em ações trabalhistas. A Cesa negocia valores de processo referente ao piso salarial, estipulado em R$ 227,6 milhões.
Enquanto isso, segue com editais para outros dois arrendamentos, da estrutura de Júlio de Castilhos – as propostas serão apresentadas na segunda, dia 7 – e de Nova Prata. Outra unidade, a de Passo Fundo, terá 50% da área colocada a leilão, no dia 28. O valor é de R$ 12 milhões.
A filial de Caxias do Sul é negociada para pagamento de dívida com o BRDE.
Das cinco unidades desativadas, a de Santa Bárbara permanece sem perspectiva de negócio. Mais adiante, novos pontos devem ser colocados no mercado. A exceção, assegura Kercher, são estruturas como as portuárias, onde a Cesa tem concessão.