A direção da General Motors marcou a reunião com os trabalhadores do Rio Grande do Sul. O encontro será no próximo sábado (26), no complexo da GM na Região Metropolitana. Participarão integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí.
Na pauta, as recentes declarações da direção da montadora. Primeiro, a presidente mundial da GM, Mary Barra, disse que estava trabalhando para melhorar o negócio na América do Sul e que considerava "outras opções". Enfatizou ainda que a empresa não iria continuar investindo para perder dinheiro.
Depois, cartazes foram colocados nas paredes das fábricas no Brasil com o posicionamento do presidente da GM no Mercosul, Carlos Zarlenga. A coluna Acerto de Contas teve acesso ao comunicado e divulgou ainda na sexta-feira da semana passada. No texto, o executivo dizia que o prejuízo da GM Brasil de 2016 a 2018 não pode se repetir, usando caixa alta no texto para ênfase. Acrescentou que 2019 será um ano decisivo. Leia aqui: GM alerta funcionários do RS que prejuízo no Brasil "não pode se repetir"
Na última terça-feira (22), houve reunião em São Paulo entre executivos da GM no Brasil e sindicalistas. Disseram que a empresa pretende negociar com o governo, fornecedores e os próprios sindicatos para realizar novos investimentos no Brasil. A GM não comenta o assunto com a imprensa.
Em contato anterior com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, um diretor disse que o aviso da GM "não é um blefe" e que a questão também não é o volume de vendas, mas a lucratividade do negócio. Até mesmo porque a GM produz o Onix, que tem sido o carro mais vendido no país.
Para o encontro do próximo sábado, o sindicalista disse que pretende sentar, ouvir e conversar com a empresa. Mas Valcir Ascari antecipa que a operação de Gravataí já é enxuta para ter ainda mais cortes. Além disso, o reajuste salarial de 2019 já foi acordado em 2018. A data base é em abril.
— Vamos parar de conversa para boi dormir. Vamos conversar sobre o que tiver fundamento do que for colocado pela empresa — diz o presidente do sindicato.
Aqui no Rio Grande do Sul, Prefeitura de Gravataí e Governo do Estado dizem ainda não terem sido procurados pela GM. O Governo de São Paulo já que avalia socorrer a montadora com antecipação de crédito de ICMS.
No complexo de Gravataí, a montadora emprega cerca de 3 mil pessoas. Outras 3 mil trabalham nas sistemistas, que ficam no local e são fornecedoras. O prefeito de Gravataí, Marco Alba, diz ainda que a GM é responsável por 45% da receita anual de ICMS do município.