Quem sorri mais com a queda do juro
A política corte na Selic começou a ser adotada pelo Banco Central em outubro de 2016, quando a inflação ficou controlada e urgiu a necessidade de um empurrão na economia. Juro reduzido é bom para quase todos na economia. Alguns, no entanto, são mais beneficiados do que outros.
Assessor de investimento da Monte Bravo, Bruno Madruga elencou com a coluna quais são as apostas na Bolsa de Valores de São Paulo com este novo cenário:
Varejo - O consumo em geral é beneficiado por juros menores porque o crédito fica mais fácil e barato. Além disso, cai o custo da operação já que a dívida das empresas é indexada em juros.
- A querida do mercado é a Lojas Americanas. É um case interessante de gestão porque tem custo baixo de operação e capilaridade. Pequenas lojas espalhadas pelo país e que conseguem oferecer produtos para famílias de todas as rendas.
A Americanas tem ainda participação majoritária na B2W, que é o site Submarino e também tem ações negociadas na Bovespa. Já aproveita o crescimento das vendas online, com a possibilidade de trabalhar com estoque reduzido. Madruga também vê boas perspectivas para os papéis de administradoras de shoppings centers, como BRMalls e BRProperties.
Infraestrutura - Segundo o assessor de investimentos, dois terços da dívida de empresas de infraestrutura costuma ser indexada a juros. Com a redução das taxas, sobra dinheiro para investimento e geração de emprego. Além disso, o mercado trabalho com políticas de concessão de rodovias. Empresa brasileira de concessão de infraestrutura, transporte e serviços, o Grupo CCR entra no alvo dos investidores.
Construção Civil - O setor acredita que o juro a 7% como previsto para o fim do ano será a revolução da construção civil. São empréstimos de longo prazo que precisam ser assumidos pelo consumidor e, portanto, muito suscetíveis aos juros. - Destaque para a MRV, que é uma empresa atuante no setor de baixa e média renda. Tiveram que reduzir estoques de imóveis na crise.
No gráfico da XP Investimentos, a comparação da Selic com o comportamento dos índices de Consumo, Imobiliário e Financeiro, que reúnem as variações das ações de empresas destas áreas. Quando mais alto o índice, mais valorizadas as ações. Conforme o gráfico, os índices aumentam conforme cai a Selic. Houve uma queda forte em 27 de maio, quando houve a delação da JBS, mas o mercado já mostra a recuperação.
Ouça entrevista com o assessor de investimentos da Monte Bravo Bruno Madruga: