O gremista Guilherme Martin vai acompanhar a estreia do time na Libertadores contra o The Srongest, em La Paz, no dia 2 de abril. Mas o detalhe é que ele fará a viagem até a Bolívia de fusca. O início da aventura será neste domingo (23), para conseguir cumprir o trajeto de 2.959 km e chegar a tempo para o jogo.
O projeto, denominado de "até de fusca nós iremos", foi criado neste ano com o objetivo de acompanhar o Grêmio na Libertadores a bordo do fusca ano 1974. Guilherme tem 32 anos, nasceu e foi criado em Porto Alegre, mas já morou em Curitiba e no Rio de Janeiro. Com o projeto, uniu as suas duas paixões, o Grêmio e o fusca. A coluna conversou com ele para entender como vai funcionar a viagem.
Projeto "Até de fusca nos iremos"
Como surgiu a ideia de viajar com o Fusca? Já viajou antes com o carro para outros jogos do Grêmio?
A ideia surgiu na metade do ano passado. Sempre que eu podia, viajava para jogos do Grêmio. Quando conseguia um tempinho no trabalho, nos estudos, eu seguia. Eu arrumava uma desculpa pra ir ver os jogos. Esse ano, resolvi juntar as duas coisas que eu mais gosto de fazer, que é olhar o Grêmio e pegar o Fusca e ir pra estrada. Desde janeiro, acompanho o Grêmio com o Fusca. Já fui pra Caxias do Sul, Erechim, Ijuí. Agora, estou focado em ir para (os jogos da) Libertadores.
A viagem para La Paz começa quando?
No domingo (24), às 13h. Eu botei ponto de partida Porto Alegre destino La Paz. O GPS me deu 35 horas de viagem, mas isso baseado numa viagem com carro moderno, uma viagem sem paradas, coisa que é impossível fazer com Fusca, né? Então, eu decidi sair com 10 dias de antecedência para que dê tempo de eu descansar, fazer paradas para dormir, abastecer, me alimentar e fazer fotos no meio do caminho também. Caso dê um problema no Fusca, terei tempo hábil para consertá-lo e chegar a tempo do jogo. E, a princípio, eu vou sozinho. Não achei nenhum maluco ainda que queira. O interessante seria ir com mais alguém para dividir os custos da viagem, né? Mas também não dá para simplesmente botar qualquer pessoa. Eu tenho de conhecer a pessoa que vai me fazer companhia. Então, eu ainda estou analisando.
Que ano é o Fusca? Tem ele desde quando? O carro está preparado para subir a altitude? E foi feita alguma preparação especial no carro para a viagem?
O Fusca é de 1974, 50 anos de glória do Fuscão. Eu tenho ele desde dezembro de 2021. Creio que ele esteja preparado para subir a altitude, porque quando o comprei, aparentemente estava bom de motor, bom em tudo. Só que depois de um mês rodando, começou a dar problema de mecânica, de motor. Fui obrigado a fazer uma reforma no início de 2022. Desde então nunca mais tive problema. Já fiz viagens longas com ele, já fui até a tríplice fronteira, Puerto Iguaçu, Cidade Leste, Balneário Camboriú e Foz do Iguaçu. Então de mecânica ele está 100%, e aí quando eu comecei o projeto do "Até de fusca nós Iremos". Fui até Ijuí na final da Recopa Gaúcha e na volta do jogo o Fusca começou a dar problema de elétrica, os fios entraram em curto circuito, quase pegou fogo. Tive de fazer uma reforma geral, então agora ele não tem mais problema nenhum, já fiz motor, elétrica, freio, suspensão, caixa de câmbio. Creio eu que ele está 100% para viajar. Porém, o Fusca é um carro que pode rodar altas quilometragens, mas ele é um carro imprevisível. Pode parar a qualquer momento.
Quanto deve custar essa viagem? Foi necessária alguma ajuda financeira?
Eu não faço ideia de quanto vai sair essa viagem. Estou indo na cara e na coragem e vou descobrir o valor só no final da viagem. Tudo desse projeto é custeado por conta própria, mas estou 100% aberto para apoiadores, patrocinadores que queiram colar sua marca no projeto "Até de fusca nós iremos". Quando eu paro, tenho o QR Code das minhas redes sociais no Fusca. Onde eu paro, sempre vem alguém escanear, o pessoal tira foto, buzina pra ele, quer fazer vídeo dele. Então, é uma excelente vitrine para quem quiser colar sua marca no "Até de fusca nós iremos". Vou precisar porque vão ser tudo viagens longas, de alto custo. Então, toda ajuda é bem-vinda.
A ideia é viajar para os outros jogos da Libertadores no Chile e na Argentina?
Sim. Se tudo der certo, creio que vai dar até a final em Buenos Aires, lá em novembro. Eu tenho muita fé que o Grêmio vai chegar e nós vamos ser tetracampeão da Copa Libertadores. E o objetivo é acompanhar o Grêmio em todos os jogos, não só da Libertadores. Eu venho acompanhando no Campeonato Gaúcho. Depois vou de La Paz direto para o Rio de Janeiro para ver a estreia contra o Vasco. E o objetivo é acompanhar o Grêmio na Copa Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro. Mas com prioridades para os jogos das Copas. Esse é o objetivo: acompanhar o Grêmio em todos os campeonatos.