O VAR teve uma tarde infeliz no Beira-Rio no Gre-Nal 436. Ocorreram dois erros de arbitragem que mereciam a interferência do recurso, mas isso não aconteceu.
A primeira situação foi um pênalti não marcado para o Inter aos 12 minutos do segundo tempo. Já sem equilíbrio, Bruno Alves agarrou Edenilson dentro da área e impediu que o adversário pudesse tentar jogar. O zagueiro do Grêmio colocou o braço esquerdo na frente e, com o corpo, acabou travando as pernas do adversário.
O lance foi embolado e difícil de perceber dentro de campo pela quantidade de jogadores envolvidos. Era papel do árbitro de vídeo Rodrigo Nunes de Sá recomendar que Jean Pierre Lima fosse conferir tudo no monitor à beira do gramado.
A segunda situação ocorreu aos 36 da etapa final. A entrada de Bruno Méndez em Campaz foi violenta e era para expulsão. Não houve nem sombra de disputa de bola ou de consequência de movimento normal. Ele simplesmente foi com as travas da chuteira de maneira direta no tornozelo do jogador gremista. Acima do pé e com alta intensidade. Isso representa uma situação de vermelho direto. O VAR deveria ter interferido para uma revisão.
Cabe dizer que houve outras três decisões capitais em que a arbitragem acertou dentro de campo. A expulsão de Paulo Victor foi correta pela entrada violenta em Campaz. O pênalti de Daniel em Elias foi bem marcado.
Por fim, deixo o lance do primeiro gol gremista. Houve reclamação dos colorados de um toque de Bruno Alves na origem da jogada. A bola realmente bateu no braço do defensor gremista, mas de forma acidental. Não havia uma ação de bloqueio ou uma ampliação antinatural do volume corporal. O braço estava perto do corpo, o chute de Mauricio foi muito forte e a bola explodiu sem permitir tempo de reação.
O detalhe é que, mesmo que esse toque tivesse sido irregular, o VAR não poderia interferir. É que no rebote deste chute a bola sobrou para Taison, que errou um passe e deu a bola de presente para o adversário. Com isso, a origem do contra-ataque gremista passou a ser a partir desse segundo lance.
Foi um jogo de altíssimo grau de dificuldade. Muita tensão dentro de campo. Mesmo com as duas situações em que o VAR deveria ter interferido, Jean Pierre Lima teve bom controle de campo. Não perdeu o comando disciplinar da partida em momento algum.
É claro que a arbitragem trabalha como uma equipe, mas há situações em que o VAR tem a responsabilidade de agir. E isso faltou no comando do vídeo no Beira-Rio.