Não é só em quilômetros que o Interior se distancia da Capital. Quanto mais se avança em direção ao meio rural, pior a qualidade do sinal de serviços de comunicação móvel. Quem vive nessas localidades, conhece de perto o drama que é conseguir fazer uma ligação. Aliás, às vezes, não é preciso nem ir muito longe para encontrar dificuldades.
Produtores frequentemente relatam táticas adotadas para conseguir completar uma ligação quando estão "para fora". Como, por exemplo, subir na cerca ou ir até a parte mais alta.
Toda vez que o assunto é colocado em pauta, como foinesta quinta-feira, em audiência pública na Assembleia, as histórias de problemas se multiplicam.
O deputado Elton Weber (PSB), que propôs o debate, solicitou a criação de uma subcomissão para tratar do assunto.
O presidente da Comissão de Agricultura, deputado Adolfo Brito (PP), tem toda razão quando afirma que o futuro da produção e a permanência do jovem no campo serão determinados pelo "maior acesso às telecomunicações, bem como energia elétrica de qualidade".
- A qualidade da tecnologia que chega lá na ponta é muito precária. O próprio fornecimento de energia é um problema que vem antes - complementa a promotora Caroline Vaz, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor e da Ordem Econômica do Ministério Público Estadual.
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Em 2013, o serviço de telefonia foi alvo de 19 CPIs instaladas no país, incluindo o Rio Grande do Sul. Na ocasião, foi assinado um termo de ajustamento de conduta (TAC) com as empresas, que termina em dezembro deste ano. Conforme Caroline, a cada seis meses, os signatários se reúnem para prestar contas.
As exigências, mais genéricas, eram para implementação e melhoria dos serviços móveis.
O investimento pedido, para que se tenha sinal, segundo o MP, será cumprido. Há ainda a resolução da Aneel, para instalação de telefonia fixa e internet de até 1 megabyte.
A questão qualidade é um outro assunto. E esse debate, pelo visto, ainda não tem prazo para acabar.