Convidado a participar do evento que marcou um ano da assembleia de criação do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), o subprocurador-geral do Ministério Público do Estado (MPE), Marcelo Lemos Dornelles, deixou claro que as ações de investigação do órgão sobre o leite produzido e processado no Rio Grande do Sul terão continuidade em 2015.
Apesar de todo o barulho em torno das operações Leite Compen$ado, das prisões e condenações, os fraudadores continuaram a agir, motivados, na avaliação do subprocurador, pela sensação de impunidade e pela ambição por lucro.
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- Cessar não vão (as fraudes), mas estamos trabalhando em parceria com todas as entidades do setor para que diminuam - afirmou Dornelles no evento.
A oitava etapa da Leite Compen$ado é apenas uma questão de tempo. MPE e Ministério da Agricultura seguem o trabalho de parceria que permitiu detectar diferentes problemas no leite ao longo dos últimos dois anos. E a fiscalização não pode ser vista como algo ruim. O problema não é fiscalizar, é fraudar.
- A cadeia como um todo tem de restringir, de limitar as fraudes. Temos bons índices de qualidade no leite no Rio Grande do Sul - afirma Ardêmio Heineck, diretor-executivo do IGL.
Se a notícia da fraude causa impacto negativo nas vendas, como aponta a indústria, está na hora de o Rio Grande do Sul usar outra abordagem: a de que é o Estado que mais monitora sua produção.
- Nosso leite é o mais fiscalizado. Não é só no Sul que acontecem as fraudes. Só que ninguém além dos gaúchos e catarinenses se debruçou sobre o problema - avalia o promotor Mauro Rockenbach.
Tanto que o MPE está recomendando a outros Estados que se organizem para reforçar a fiscalização. O trabalho iniciado aqui deverá servir de modelo a outras unidades da federação que estiverem interessadas em atestar a qualidade de seus produtos.