Para evitar uma corrida desnecessária pela liberação da importação de defensivos, de uso proibido no Brasil para combater a lagarta helicoverpa armigera, técnicos da área de defesa vegetal do Estado insistem que o momento é de cautela. A flexibilização para a compra de produtos com benzoato de emamectina só está sendo concedida em caráter temporário e emergencial em locais onde é decretado estado de emergência fitossanitária, condição da qual o Rio Grande do Sul, neste momento, está muito longe.
Apesar da confirmação da presença da lagarta, a situação ainda é bastante distinta da verificada em locais como Mato Grosso, oeste da Bahia e Piauí. Nessas regiões, a praga atacou lavouras de diferentes culturas e impôs o decreto de emergência. No RS, argumentam os técnicos, ainda está se conhecendo a lagarta - a identificação foi feita com amostras coletadas durante a safra passada de verão. O ciclo atual será o primeiro em que os gaúchos lidarão oficialmente com a praga.
- Aqui, há inverno, o que afeta o desenvolvimento da lagarta, e não temos a mesma sucessão de culturas dessas outras regiões do país - pontua Jairo Carbonari, chefe do serviço de sanidade vegetal da superintendência do Ministério da Agricultura no Estado.
Atualmente, conforme Carbonari, existem 16 produtos - biológicos, fisiológicos e químicos - registrados no Ministério da Agricultura que são capazes de controlar a nova praga.
O monitoramento constante, do início ao final do desenvolvimento da lavoura, será a principal arma de combate à tão temida lagarta (veja abaixo mais detalhes), que destrói o que vê pela frente. Com uma safra de soja promissora sendo semeada neste momento, o Estado tem, em eventual disseminação da helicoverpa armigera, mais do que uma ameaça aos bons resultados.
- O que precisamos fazer é conhecer a praga, para não causar um dano maior do que a lagarta ao aplicar insumos sem necessidade - defende o engenheiro agrônomo Alencar Rugeri, da Emater.