Com cores opacas durante entardecer desta segunda-feira (9), Porto Alegre teve novamente céu acinzentado e Sol laranja. O fenômeno visual é resultado do corredor de fumaça que se formou a partir das queimadas que atingem diferentes Estados, e circula pela atmosfera.
O céu do Rio Grande do Sul – e de boa parte do Brasil – está encoberto por uma nuvem de fumaça que circula em uma altitude aproximada de 1,5 mil metros na atmosfera. Essa pluma com vestígios das queimadas impede a passagem íntegra dos raios solares, que se espalham pela nuvem e refletem de volta ao Sol, o que resulta nessa tonalidade mais avermelhada ou alaranjada, percebido durante a última semana em Porto Alegre e também nesta segunda.
A nuvem de fumaça atua como uma espécie de filtro. Com efeito durante todo o dia, a posição dos raios solares torna o fenômeno mais visível ao amanhecer e ao pôr do sol, no fim da tarde.
— Pelo filtro dessa poluição, o Sol fica avermelhado, pela decomposição das cores do arco-íris. No início do dia e no final, ele fica aquele tom bem avermelhado, depois, quando ele começa a subir mais na vertical, começa a ficar aquele tom amarelado — explicou o meteorologista Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Além de interferir na coloração do Sol, o fenômeno também pode alterar a tonalidade da Lua e resultar em dias acinzentados. Mesmo com tempo firme e ensolarado, os dias podem ter aspecto de nublado, como ocorreu em alguns períodos desta segunda-feira em Porto Alegre.
Riscos à saúde
Apesar de deixar o Sol visualmente bonito, a fumaça dos incêndios que atingem o Brasil representa riscos à saúde. Segundo estudos, o maior risco é a exposição ao material particulado fino, que pode ser inalada diretamente para o pulmão, gerando dano inflamatório. A exposição ao ar contaminado pode agravar doenças respiratórias, por isso demanda cuidados especiais.