Na tarde desta quinta-feira (3), um elefante-marinho-do-sul foi encontrado no quintal de uma casa em Capão da Canoa, no Litoral Norte. A Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar foi até o local e constatou que o animal está bem, mas que precisa de descanso. A previsão é de que o mamífero volte para o mar por conta própria entre a quinta e a sexta-feira (4).
— Esses casos são bem normais. São animais que alternam a vida entre o mar e a areia. Eles saem da água para descansar, ficam um tempo, e depois retornam para o mar. No Litoral Norte é comum porque não tem molhes ou ilhas de pedra, à exceção da Ilha dos Lobos, em Torres, então eles precisam ir até a areia para descansar — explica o biólogo do Fauna Marinha, projeto do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maurício Tavares.
Segundo o biólogo, apesar de ser um comportamento normal da espécie, não é comum ver elefantes-marinhos-do-sul no Rio Grande do Sul. Outras espécies parecidas, como leões-marinhos ou lobos-marinhos são mais frequentes no litoral gaúcho. Tavares relata que o El Niño, fenômeno que já mostra os primeiros sinais, costuma fazer com que animais maiores visitem a praia.
Elefantes-marinhos-do-sul podem chegar a medir cinco metros de comprimento e a pesar quatro toneladas. O que apareceu em Capão da Canoa, porém, é considerado um macho jovem, por isso é um pouco menor. Segundo Tavares, eles podem ficar longos períodos longe da água, até 72 horas.
— O animal está bem, está apenas descansando para voltar para o mar. Por isso, é importante que as pessoas mantenham distância. Ele vai voltar para o mar sozinho, mas estamos monitorando — afirma o tenente Jeferson Zanini, da Patram.
Saiba quem chamar
Imagina acordar, abrir a porta de casa e encontrar um animal marinho raro deitado no quintal? Essa foi a surpresa da Cátia Ramos, dona de uma casa na beira-mar da Praia Guarani, balneário de Capão da Canoa. Ela chamou os moradores próximos para ajudar e a vizinha, Ayalla Aguiar, imediatamente ligou para a redação de GZH.
O desespero de encontrar um animal estranho e o desconhecimento de quem chamar são comuns nessas situações. É importante alertar as autoridades locais para garantir que o animal receba os cuidados necessários. Caso o espécime esteja vivo, a Patram deve ser acionada. O órgão é responsável acompanhar os animais encontrados e, caso necessário, retirá-los do local. Se estiver morto, o contato é o Ceclimar, responsável pelo monitoramento de animais encalhados nas praias gaúchas.
— Às vezes as pessoas ficam desesperadas porque não conhecem o comportamento do animal, e ligam várias vezes, pedem urgência. Mas em casos como esse, em que o bicho está apenas descansando, não há necessidade de uma equipe da Patram se direcionar até lá no próximo minuto. Sempre pedimos para o pessoal ter paciência e para nunca tocar ou se aproximar do animal. Também é importante que as pessoas não os alimentem — ressalta Tavares.
Contatos
- Patram Torres: (51) 3626-4798 / (51) 98608-0839
- Patram Capão da Canoa: (51) 98504-6899 / (51) 98608-0837
- Patram Tramandaí: (51) 3661-4620 / (51) 98608-0836
- Patram Osório: (51) 3601-1726 / (51) 3663-7285 / (51) 98608-0659
- Ceclimar: (51) 3308-1200
*Produção: Yasmim Girardi