Após 10 meses em obras, ocorre neste sábado (11), a cerimônia que marca a entrega das obras de revitalização do campanário de Flores da Cunha. A solenidade, a partir das 20h, terá a presença da equipe de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, além das autoridades municipais, empresas patrocinadoras e equipe do projeto.
O público poderá conferir uma apresentação do pianista Rodrigo Soltton, o show de luzes e o retorno oficial do badalar dos sinos do campanário. Também poderá apreciar a exposição Paisagens Históricas, o lançamento do livro História de um Gigante (confira detalhes abaixo) e o memorial instalado no térreo. Nesse espaço, fotos antigas e memorabilia da década de 1940 prometem uma viagem no tempo, principalmente entre as novas gerações:
— Algumas peças originais que foram utilizadas na construção compõem a mostra — destaca a subsecretária de Cultura, Renata Trentin, salientando também a contribuição do Museu Municipal com alguns itens de seu acervo.
Para o prefeito de Flores da Cunha, César Ulian, a torre representa o espírito comunitário e empreendedor da comunidade florense:
— É um legado que mereceu ser reconhecido como patrimônio histórico municipal. Agora, com iluminação, acesso interno, espaço de exposição, sem dúvida, seremos reconhecidos como a cidade do campanário — projeta Ulian.
Antes de tudo isso, às 19h, será realizada uma missa na Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes. E, como manda a tradição local, após a inauguração, haverá um jantar no Salão Paroquial. O cardápio inclui menarosto com codorna, galeto e carne de porco, macarrão, polenta frita, maionese, radicci com bacon, pão, vinho e refrigerante - tudo coroado, logicamente, por sagu com creme e café de sobremesa.
Os ingressos podem ser adquiridos na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes ou com Renata, pelo telefone (54) 99928-2411.
HISTÓRIA EM LIVRO
Um dos destaques da programação deste sábado à noite é o lançamento do livro História de um Gigante, das autoras Gissely Lovatto Vailatti, Lorete Maria Calza Paludo e Vania Tonietto Brugali.
A obra aborda aspectos da colonização de Flores da Cunha, a fé e a religiosidade locais, as congregações, institutos e ordens presentes no município; a atuação de Frei Eugênio, o idealizador do campanário, no final da década de 1940; detalhes da construção da torre, relatos de descendentes de colaboradores e diversas outras curiosidades, especialmente sobre o relógio e os cinco sinos — batizados de Pierina, Claudia, Dom Finotti, Antonia e Imaculata.
Educação Patrimonial
Integrante da programação, a exposição fotográfica “Paisagens Históricas de Flores da Cunha” é resultado das duas Oficinas de Fotografia ocorridas no mês de setembro de 2022 - voltadas a estudantes do 9º ano do Ensino Público Fundamental e da comunidade florense.
Ambas foram ministradas pela fotógrafa Beatriz Sallet, que assina a curadoria da mostra. Além da parte teórica, as oficinas incluíram saídas fotográficas, quando os alunos usaram câmeras de seus celulares para capturar imagens sobre a temática do patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade de Flores da Cunha.
Patrocínio
Aprovado em janeiro de 2022 e financiado pelo Pró-Cultura RS, da Secretaria da Cultura e Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o projeto de restauro do campanário teve início em maio de 2022.
Conta com o patrocínio das empresas Móveis Florense, Hidrover e Mineração Florense. As obras são promovidas pela Associação de Amigos do Museu Pedro Rossi e contam com apoio da Prefeitura Municipal de Flores da Cunha e da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.
O INÍCIO
Inaugurado em 30 de outubro de 1949, o campanário teve sua pedra fundamental lançada três anos antes, em 6 de outubro de 1946. Projetada pelo arquiteto Vitorino Zani e tendo como engenheiro responsável Luis Lesseigner de Farias, a torre de 55 metros soma 11.122 pedras de basalto — vindas da antiga pedreira de José Golin e cortadas pelos irmãos Luiz e Antonio Coloda, da Capela Monte Bérico.
A obra envolveu a colaboração de diversos moradores da cidade e da região. A execução ficou a cargo de João De Bastiani, de Nova Pádua. Já na construção atuaram, além dele, os senhores Benjamim Vezzaro, Fausto Vezzaro, José Marin e Umberto Menegat.