A primeira digitalização em 3D e em tamanho real dos destroços do Titanic foi publicada nesta quarta-feira (17) e pode servir como ajuda para os cientistas determinarem com mais precisão as condições do famoso naufrágio.
As imagens inéditas e em alta resolução foram criadas a partir da cartografia de águas profundas. Os restos do navio afundado no mar a quase 4 mil metros de profundidade foram reconstruídos com grandes detalhes. A reconstrução foi realizada, em 2022, pela empresa de cartografia náutica Magellan LTD e a Atlantic Productions, que está produzindo um documentário sobre o projeto.
Em sua viagem inaugural da cidade inglesa de Southampton até Nova York, em abril de 1912, o luxuoso transatlântico naufragou após colidir com um iceberg. Dos 2.224 passageiros e tripulantes que viajavam a bordo do navio, o maior do mundo na época em que foi fretado, mais de 1.500 morreram.
Seus destroços foram explorados várias vezes desde sua descoberta em 1985, localizado a cerca de 650 quilômetros da costa do Canadá. Entretanto, as câmeras nunca conseguiram capturar o barco inteiro.
Vários submarinos, controlados à distância de um barco especializado, passaram mais de 200 horas inspecionando os restos do Titanic no fundo do Atlântico e registraram mais de 700 mil imagens para a versão digital. Eles não foram autorizados a tocar em nada "para não danificar os restos", disse à BBC o chefe da Magellan Ltd, Gerhard Seiffert, que liderou a expedição.
— O outro desafio era mapear cada centímetro quadrado, até mesmo os pedaços desinteressantes como a lama entre os escombros, que ainda são necessários para preencher o espaço entre os objetos interessantes — explicou.
As imagens mostram a popa e a proa separadas e cercadas por restos do navio, como se tivesse sido levantado do fundo do mar. Elas revelam até os mínimos detalhes, como o número de série de uma das hélices. A nova digitalização pode revelar exatamente o que aconteceu com o transatlântico, enquanto os historiadores e cientistas correm contra o relógio já que seus destroços continuam a se desintegrar.
— Ainda há muito a aprender com os destroços, que são essencialmente a última testemunha ocular sobrevivente da catástrofe.
* AFP