O ápice da chuva de meteoros Oriônidas, que ocorre entre 15 e 29 de outubro neste ano, aconteceu às 3h desta quinta-feira (21), no Hemisfério Sul, e pode ser registrada no Rio Grande do Sul. Rápidos e luminosos, os detritos competiram com o brilho da lua cheia, mas conseguiram deixar uma trilha luminosa no céu do território gaúcho.
O fenômeno acontece anualmente, entre outubro e novembro, porque a Terra passa pela mesma região onde o cometa Halley, que passa pelo sistema solar a cada 76 anos, deixou uma grande quantidade de detritos. Nesse período, alguns destes detritos acabam entrando na atmosfera.
Nesta quinta, ocorreu o auge do espetáculo porque uma maior quantidade de meteoros pode ser vista no céu — cerca de 15 por hora. Durante a madrugada, 24 câmeras estavam em operação no Observatório Espacial Heller & Jung, localizado em Taquara, sob a atenção do professor Carlos Fernando Jung, um dos proprietários do centro, e diretor da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) na Região Sul. Segundo ele, o melhor horário para flagrar os movimentos dos meteoros oriônidas é entre 3h e 5h, quando os fachos brilhantes podem ser melhor captados.
O céu estava nublado, o que dificultou o registro durante esta quinta-feira, mas a nebulosidade abriu caminho para que a lua cheia e o fenômeno pudessem ser apreciados. O satélite natural da Terra, no entanto, também não facilita nesses casos.
— A luminosidade da lua atrapalha, infelizmente. Meteoros com brilho menos não podem ser vistos. Mas as câmeras podem registrar — explica o professor Jung.
As primeiras imagens puderam ser registradas por volta das 3h. A velocidade dos detritos e a quantidade por hora será determinada após análises do observatório. A média de velocidade de um meteoro é de cerca de 66.000 Km/h.
A última aparição do cometa Halley foi em 1986, e seu retorno está marcado para 2061. Nesse tempo, seus passos seguem um deleite para o apaixonados pelo espaço. Quem deseja acompanhar deve se posicionar olhando entre o Nordeste e Leste da sua posição.