Era para ser uma sexta-feira como outra qualquer no Hotel Plaza São Rafael, no Centro Histórico de Porto Alegre, há 30 anos. Uma gelada noite de 8 de julho de 1994, quando o Brasil vivia a expectativa do jogo com a Holanda, pelas quartas de final da Copa do Mundo e o real circulava pelo oitavo dia. No local, além da tradicional estadia de hóspedes, um evento de psiquiatria ocorria em um dos salões. Porém, fora das portas do primeiro cinco estrelas da Capital, a cidade estava em alerta.
Iniciava ali o momento mais tenso daqueles dois dias de perseguições, fugas e tiroteios pelas ruas da Capital. As 15 horas subsequentes foram derradeiras para pôr fim à maior rebelião da história do sistema penitenciário gaúcho, que teve a liderança de integrantes da primeira facção criminosa do Rio Grande do Sul, a Falange Gaúcha, que tinha entre os membros Dilonei Melara, Celestino Linn e Fernando Dias, nomes muito conhecidos dos policiais à época e donos de extensas fichas criminais.
Nesta reportagem especial, separada em seis capítulos, Zero Hora reconta como foram as 48 horas de tensão e medo que quebraram o "gelo" das ruas de Porto Alegre naquela época.