A quarta-feira (6) começou sem aulas, mais uma vez, na Escola Estadual Professor Oscar Pereira, no bairro Cascata, por conta das constantes disputas entre traficantes na região nos últimos dias. Na terça-feira (5), as atividades já haviam sido suspensas. Mesmo com a presença da Polícia Civil, na manhã de quarta, com agentes do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), as atividades da instituição não serão retomadas nesta semana.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (1ª CRE), decidiu, em conjunto com a equipe diretiva da escola, suspender as aulas ao longo desta semana. A previsão inicial de retorno é a próxima segunda-feira (11). Não haverá aulas pela internet, mas sim a recuperação presencial no período de recesso escolar. A reportagem tentou contato com a diretoria da escola, mas não obteve retorno.
Em uma região do bairro conhecida como Morro da Embratel, a Polícia Civil realizou a operação na manhã desta quarta-feira com a meta de reforçar a segurança no entorno das escolas, na tentativa de retormar a normalidade da comunidade.
— A situação chegou a um limite que a segurança pública do Estado não vai tolerar. Vamos centrar nossas atenções aqui. A sociedade vai seguir sendo pautada pelo sistema normativo legal e não por este “estado paralelo”. Não mudará sua rotina por conta do tráfico. Crianças do RS não ficarão sem aulas por causa dessa situação — afirmou o diretor do Denarc, delegado Carlos Wendt.
Segundo Wendt, 12 agentes percorreram o bairro durante cerca de uma hora no meio da manhã desta quarta. Desde a tarde de terça, a região não tinha comércio aberto nem aulas ocorrendo nas escolas, situação que se repetiu no dia seguinte. Três homens com três pinos de cocaína foram apreendidos - dois deles com antecedentes criminais e tornozeleira eletrônica.
A Brigada Militar também mobiliza esforços nessa e outras áreas afetadas de maneira contínua, tanto no bairro Cascata, como no Cristal e demais regiões com confrontos registrados nas últimas semanas.
— Mantemos contato com diretores e professores das diferentes escolas, recebemos demandas das comunidades escolar e estamos presente com as patrulhas diárias das 7h até as 23h nestes bairros. Ampliamos o policiamento, trazemos soldados de outras localidades, além da colaboração entre todos os órgãos da segurança pública para encontrarmos soluções o mais breve possível para estes bairros onde houve o confronto — explica o Comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, o tenente-coronel Eduardo Cunha Michel.
Escolas municipais com redução de horários
A Secretaria Municipal de Educação (Smed), que atualiza a cada turno a situação de acesso às unidades de ensino, afirma que todos indicadores da plataforma do Acesso Mais Seguro estavam no indicador verde, o que permite às escolas oferecer a grade normal de aulas. Houve apenas redução dos horários nas aulas noturnas na terça-feira (5) na Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, no Bairro Mário Quintana, e na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Loureiro Da Silva, no Cristal, quando o mesmo sistema estava em patamar vermelho.
A Smed ainda explica, através da assessoria, que a tomada de decisão para reduzir ou suspender as atividades é feita por cada escola. A escola só fecha em casos extremos se considerar risco crítico. As informações são passadas através da plataforma digital e são informadas à Smed.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Martin Aranha, na Vila Cruzeiro, a oferta de aulas é normal, porém professores que preferem não se identificar relataram a GZH que alguns pais não têm levado seus filhos ao local nas duas últimas semanas.