O presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores, e Investigadores de Polícia Civil (Ugeirm), Isaac Ortiz, quer uma trégua nas operações da corporação para rever procedimentos.
Durante o velório do escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, morto por um assaltante durante ação de combate ao tráfico de drogas em Gravataí, Ortiz anunciou que pretende realizar uma reunião na segunda-feira com a Chefia da Polícia Civil, na qual vai pedir a suspensão de operações por sete dias.
– Vamos propor esta paralisação em homenagem ao Rodrigo. A polícia faz este tipo de trabalho todos os dias, às vezes duas ou três vezes. É preciso uma reflexão. Menos operações com mais segurança – reclama.
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Segundo ele, a corporação tem a metade do efetivo ideal, o que coloca em risco a vida do agentes como aconteceu em Gravataí.
– Eram quatro policiais e dois guardas municipais. É pouca gente para cumprir um mandado de busca ou de prisão naquela circunstância. E havia cinco bandidos do outro lado – acrescenta.
Ortiz lembra que o perfil da Polícia Civil vem se alterando por conta de aposentadorias, com ingresso de jovens que precisam de apoio dos agentes mais antigos em casos de ofensivas mais delicadas contra os criminosos.
– O policial com dois ou três anos de casa tem força, vigor, energia, mas não tem experiência. Vamos propor uma mescla entre as equipes – acrescentou.
Presente ao sepultamento de Rodrigo, o delegado Emerson Wendt, chefe da Polícia Civil, evitou polemizar sobre a medida defendida pela Ugeirm.
– O luto oficial é de três dias. A proposta é compreensível neste momento de tristeza. Eu também tenho dor. Podemos refletir, mas não podemos deixar desamparada a sociedade gaúcha. O Rodrigo é mais uma vítima da criminalidade que temos de combater todos os dias – pondera Wendt.
Wendt confirmou que a corporação conta com 5,2 mil servidores e o efetivo previsto chega a 9,6 mil policiais.