Presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte, voltaram a subir no telhado, nesta sexta-feira. Conforme o site G1, os detentos seguem soltos nos pavilhões e pátios do presídio. É o sétimo dia consecutivo do motim no local, desde que 26 apenados foram mortos, no último sábado, conforme balanço do governo estadual.
Na quinta-feira, em um novo capítulo do caos prisional, Alcaçuz foi cenário de tumultos, correria e descontrole. Batalhões especiais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte entraram na penitenciária no final da tarde. O governo do Estado pretende manter o policiamento no local até a construção de um muro de concreto no meio do pátio. A intenção é dividir os detentos de facções rivais.
Ainda nesta sexta-feira, no entanto, o governo estadual deverá definir uma estratégia para retomar o controle do presídio.
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O clima de tensão também permanece nas ruas de Natal. Depois de novos ataques na última madrugada, as empresas estão dispensando os funcionários e suspenderam a circulação das linhas municipais, causando transtornos a cerca de 400 mil passageiros que dependem do serviço.
Mais de 20 veículos já viraram alvos de criminosos em ações que a polícia acredita que estejam ligadas à rebelião em Alcaçuz. Na madrugada desta sexta, uma garagem voltou a ser invadida na zona norte da capital e mais dois veículos foram queimados. A prefeitura informou que a Guarda Municipal foi deslocada para as garagens das empresas para garantir a saída dos veículos com segurança.
"Mas devido aos ataques na madrugada, elas resolveram não liberá-los", informa.
A Polícia Civil informou que, desde a quarta-feira, nove pessoas foram presas com ligação ao atentados ordenados pela facção Sindicato do Crime do RN (SDC). As detenções ocorreram na capital e em Parelhas e Pedro Velho, no interior do Estado. Segundo o delegado-geral adjunto, Correia Júnior, os casos estão relacionados à decisão de transferência de membros do SDC de Alcaçuz, na noite da quarta.
– Encontramos mensagens nos celulares dos suspeitos com as ordens para o ataque. Em Parelhas, o pedido era para que o CDP (Centro de Detenção Provisória) e a delegacia móvel da cidade também fossem atingidos – disse.
Diante da situação de insegurança, o governador Robinson Faria (PSD) solicitou e o presidente Michel Temer (PMDB) liberou a atuação do Exército nas ruas da região metropolitana. Em decreto publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União, a Presidência prevê que a atuação ocorra até o dia 30 de janeiro.
Apesar de a liberação estar prevista a partir desta sexta, o governo federal acredita que as tropas desembarquem no fim de semana na cidade.
Na quinta, o governador classificou como "pequeno confronto" a batalha campal dos presos em Alcaçuz, no sexto de motim na unidade. A briga deixou mortos e feridos, em uma quantidade ainda não mensurada.
– Houve um pequeno confronto pela manhã, mas não evoluiu. Fizemos uma nova checagem e vamos continuar com a tarefa de separar o que é PCC do que é Sindicato. As reações estão acontecendo, mas o governo não vai recuar – disse.