Associação ao tráfico e organização criminosa são dois dos inúmeros crimes que pesam sobre Willian Ribeiro Marinho, 31 anos, suspeito de matar o soldado da Brigada Militar Luiz Carlos Gomes da Silva Filho, 29 anos, na última segunda-feira, em Porto Alegre. Marinho, que teve a prisão preventiva pedida pela Polícia Civil nesta sexta-feira, é natural de Laguna, em Santa Catarina, onde também é procurado pela polícia – ele integra o Primeiro Grupo Catarinense (PGC), uma das principais facções do Estado vizinho e rival do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Açougueiro de profissão, é identificado pela polícia como sendo o rapaz de camiseta branca, que aparece no vídeo gravado por um morador discutindo com o soldado antes de pegar uma arma no carro e disparar três vezes na cabeça do brigadiano.
Estão circulando no Whatsapp áudios que seriam de Marinho conversando com uma amiga. Nos diálogos, o suspeito queixa-se de ferimento em uma das pernas ao dizer que não consegue "nem rir por causa da dor" . Em outra parte, fala que vai "descansar, tomar um banho" e lavar a perna. O atirador havia sido baleado na perna pelo policial durante a discussão.
Ouça:
Logo após o homicídio, durante as buscas, foi apontado como autor dos disparos um homem chamado Gerson. Uma pessoa com esse nome chegou a ser investigada, o que despertou a curiosidade da mulher que conversa com Marinho. Ela pergunta qual seria seu verdadeiro nome.
"Teu nome é Gerson ou é Willian? Seja sincero, pelo amor de Deus", questiona a mulher.
Ouça:
No final da tarde desta sexta-feira, a titular da 6ª Delegacia de Polícia de Homicídios de Porto Alegre, delegada Elisa Souza, recebeu os laudos do Instituto Geral de Perícias que confirmam a presença das impressões digitais de Marinho e Gabriel Pereira Lima, de 18 anos, no Gol branco em que os suspeitos estavam.
Gabriel foi preso em flagrante na manhã de quarta-feira com um revólver calibre 38, munições e drogas na Vila Resvalo, bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre. O jovem confessou ser o rapaz de camiseta vermelha, do Barcelona, que aparece à sombra de uma árvore nas gravações. Conforme Elisa, Marinho e Gabriel serão indiciados por homicídio qualificado. Outras duas pessoas, que também estavam no Gol, mas que saíram antes do crime, ainda não foram identificadas. Informação sobre o paradeiro de Marinho e dos demais suspeitos podem ser repassada de forma anônima pelo telefone 0800 64 20 121.
Relembre o caso
O soldado Luiz Carlos Gomes da Silva Filho foi morto no início da tarde de segunda-feira, na Rua Santa Flora, bairro Cavalhada, em Porto Alegre, após abordar um Gol branco em ocorrência de furto.
Imagens feitas por um morador mostram que o brigadiano, sozinho e à paisana, discute, empurra e chega a entrar em luta corporal com o atirador, que até então estava desarmado.
Na sequência, o homem, que seria Marinho, pega uma arma no carro e dispara três vezes, acertando a cabeça do policial.
Na quarta-feira, durante caçada aos possíveis autores dos crime, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) prendeu Gabriel Pereira Lima, de 18 anos. Ele confessou ser o rapaz de camiseta do Barcelona à sombra de uma árvore. A polícia acredita que ele tenha deixado a arma engatilhada dentro do carro ao alcance de Marinho. Gabriel nega.
Além de Marinho, outras duas pessoas são procuradas.