Começaram, no início da tarde desta quarta-feira (3), os depoimentos, por carta precatória, das testemunhas de acusação que moram fora do município de Três Passos. Durante cerca de uma hora, Sandra Beatriz Cavalheiro, uma amiga da madrasta do menino, confirmou que foi procurada por Graciele Ugulini para uma conversa sobre o comportamento de Bernardo.
Segundo informações do Tribunal de Justiça (TJ), Graciele disse à amiga que tinha medo de deixar o menino com a filha, e que ela e Leandro Boldrini estavam decididos a se livrar de Bernardo. Ainda conforme o TJ, o termo “se livrar” pode ter vários significados, como, por exemplo, internar a criança.
Na quinta-feira (4), às 15h, será ouvido um policial rodoviário federal que multou Graciele em estrada da região. O depoimento também será por carta precatória ,na cidade de Tenente Portela.
Depoimentos
Na próxima segunda-feira (8), sete testemunhas de acusação serão ouvidas no foro de Três Passos. Entre eles, um casal que abrigava Bernardo, uma professora, uma ex-babá e uma ex-secretária de Leandro Boldrini. Na última semana outras quatro pessoas, entre elas, as delegadas que investigaram o caso, foram ouvidas. Ao todo, são 77 testemunhas em Três Passos e em outras regiões.
Os quatro réus seguem presos e não há previsão de interrogatório. As 22 testemunhas de defesa que não puderam ser ouvidas na semana passada, em Três Passos, ainda não tiveram as audiências marcadas.
No próximo sábado (6), Bernardo faria 12 anos. Haverá homenagens em Três passos e Santa Maria, onde mora a avó materna do menino. Além disso, amigos e familiares já juntaram mais de 2 mil assinaturas para tentar reabrir, na Justiça, o caso sobre a morte da mãe do menino, em 2010.
Caso Bernardo
Bernando Uglione Boldrini, 11 anos, foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai, a madrasta e uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, respondem na Justiça por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O irmão de Edelvânia, Evandro, também responde por ocultação de cadáver. O pai de Bernardo ainda é acusado por falsidade ideológica.