A polícia civil e a Brigada Militar vão instaurar inquéritos paralelos para apurar as circunstâncias e eventuais culpados no episódio envolvendo índios e policiais militares, em Iraí, no norte do Estado. No sábado (23), uma abordagem de trânsito feita pela BM resultou em dois índios baleados, policiais sequestrados e o roubo de armas e uma viatura.
O inquérito da polícia civil será instaurado nesta segunda-feira, conforme o delegado responsável no município de Iraí, Fernando Garbelini. O prazo será de 30 dias para as investigações. O primeiro passo será convocar as testemunhas para prestarem depoimentos.
Em paralelo ao inquérito civil, o Comando Regional de Policiamento Ostensivo Fronteira Noroeste vai instaurar um inquérito policial militar com o objetivo de apurar a conduta dos agentes no caso e eventuais responsabilidades. De acordo com um dos líderes da tribo caingangue, Celso Jacinto, um dos policiais efetuou disparos que balearam dois indígenas.
O prazo para o inquérito policial militar é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20. De acordo com o major Alexandre Moreira Pereira, comandante da Brigada Militar na região, cinco armas (entre as roubadas e as que teriam sido utilizadas nos disparos) foram apreendidas e serão enviadas ao Comando Regional de Policiamento Ostensiva Fronteira Noroeste, com sede em Santa Rosa. A investigação ficará sob responsabilidade do CRPO Fronteira Noroeste.
O inquérito policial militar também irá convocar testemunhas envolvidas no episódio para prestar esclarecimentos dentro da investigação.