O secretário estadual da Saúde desaconselha a corrida às clínicas de vacinação para a realização da vacina contra a gripe A por quem não pertence ao grupo de risco. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira, João Gabbardo dos Reis pede que as pessoas se preocupem com a prevenção – como procurar não espirrar em ambiente fechado, lavar sempre as mãos e evitar lugares com concentração de pessoas.
– Pessoas que não estão nestes grupos de maior vulnerabilidade não devem se preocupar, não devem correr em clínicas privadas para fazer a vacina. Isso até está contraindicado. Porque ela vai estar indo aos locais onde as pessoas doentes estarão e vão, com isso, aumentar a circulação (da doença). Temos que fazer prevenção neste momento – avalia Gabbardo.
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Gabbardo lembrou que a aplicação não pode ser feita por quem tem complicações graves ao consumo de ovo e que não adianta se vacinar se já está doente. Segundo ele, qualquer um pode pegar a gripe A. Porém, o risco é maior no público que é vulnerável, como crianças com asma, com pneumonia, pessoas obesas, fumantes e que sofram com diminuição da imunidade. Além de recomendar que a vacina seja tomada apenas por quem corre riscos, o secretário não vê necessidade para que ele, integrante deste grupo, seja vacinado.
– Eu poderia me vacinar por vários motivos. Tenho mais de 60 anos e sou trabalhador da área da saúde. Não sinto necessidade de fazer a vacina. Me sinto absolutamente íntegro e capaz de enfrentar a H1N1 sem problemas – conclui.
A entrevista gerou reclamações entre integrantes da área da saúde, que não concordam com a não vacinação da população. O secretário informou que não existe vacina tetravalente, que combate contra quatro tipos do vírus, para crianças menores de dois anos. Ela existe e estará disponível neste mês. Também reclamam que Gabbardo deveria dar o exemplo e não desestimular a vacinação dizendo que não irá fazer a proteção de que tem direito.
As duas mortes por gripe A no Rio Grande do Sul em 2016, anunciadas neste domingo, são de um menino asmático, de sete anos, morador da Lomba do Pinheiro, que estava internado no Hospital Presidente Vargas, em Porto Alegre, e de um homem de 35 anos, que tinha uma doença não revelada que afeta a imunidade. Ele recebeu atendimento no bairro Restinga e foi transferido para o Grupo Hospitalar Conceição, onde morreu.
*Rádio Gaúcha