A confirmação das primeiras mortes por gripe A no Rio Grande do Sul mostraram que a doença começou a matar mais cedo do que no ano passado, quando o primeiro óbito foi registrado em maio. Isso significa que, este ano, a estratégia para combater a doença precisa ser reforçada. Em coletiva de imprensa na sede da Secretaria da Saúde do Estado nesta segunda-feria, o governo anunciou a criação de um Comitê de Monitoramento da Influenza.
Além da secretaria estadual, esse grupo será integrado por prefeituras e instituições médicas, como o Conselho Regional de Medicina (Cremers).
– O comitê terá a função de ouvir a equipe técnica e formular políticas públicas para combater a doença, como ampliar horários de atendimento, por exemplo – afirmou o secretário da Saúde do Estado, João Gabbardo dos Reis.
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Vacinar antes, no entanto, não será possível. O secretário voltou a afirmar que não conseguirá antecipar pela segunda vez a campanha de vacinação, por causa da logística. Depois do surto em São Paulo, o Estado conseguiu uma parceria com o governo federal para passar do dia 30 ao dia 25 o início da campanha.
Após as mortes, que segundo Gabbardo pegaram o governo "de surpresa", a data da campanha não mudou. Em São Paulo, as doses começarão a ser aplicadas no dia 11.
– Não conseguiremos antecipar como gostaríamos, por causa da produção e da distribuição da vacina – afirmou o secretário.
Enquanto isso, a saída da população é a prevenção: não frequentar ambientes lotados, lavar bem as mãos e procurar atendimento médico com urgência após sentir os primeiros da gripe A, já que o Tamiflu tem maior efeito nas primeiras 48h. Os outros sintomas são tosse, febre, dor de cabeça, dor de garganta e coriza.
Secretário foi alvo de polêmica ao dizer que pessoas fora do grupo de risco não precisam se vacinar
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Gabbardo levantou polêmica ao dizer que pessoas fora do grupo de risco não precisam se vacinar.
– Pessoas que não estão nestes grupos de maior vulnerabilidade não devem se preocupar, não devem correr em clínicas privadas para fazer a vacina. Isso até está contraindicado. Porque ela vai estar indo aos locais onde as pessoas doentes estarão e vão, com isso, aumentar a circulação (da doença). Temos que fazer prevenção neste momento – disse o secretário.
A entrevista gerou reclamações entre integrantes da área da saúde, que não concordam com a não vacinação da população. Depois, na coletiva de imprensa, Gabbardo voltou a falar sobre o caso:
– Não vamos proibir ou desestimular pessoas que querem, por conta, fazer a vacina. É uma decisão individual, mas a recomendação do gestor da autoridade sanitária é que devem fazer a vacina somente quem está nos grupos de maior vulnerabilidade – completou.