A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que é "prioridade" dos primeiros cem dias do novo governo retomar o programa Mais Médicos. A gestão, no entanto, pretende oferecer incentivos para participação maior de profissionais brasileiros.
— Estamos trabalhando visão de incentivo para que médicos brasileiros possam ter participação maior nesse programa. Vamos seguir legislação já definida em relação a prioridade para médicos brasileiros — disse Nísia em entrevista coletiva nesta terça-feira (10).
O objetivo do Mais Médicos é levar profissionais para as localidades mais remotas e periféricas do país. A ministra afirmou ainda que o programa continuará contratando médicos de outros países, caso seja preciso preencher vagas faltantes.
Lançado no governo Dilma Rousseff (PT), o programa causou polêmica em parte da comunidade médica brasileira pela alta contratação de profissionais cubanos. A iniciativa, no entanto, foi desmontada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acusava o PT de dar dinheiro a Cuba, classificada por ele de ditadura comunista. Na gestão anterior, o programa deu lugar ao Médicos pelo Brasil.
Na entrevista, Nísia Trindade também criticou a "desestruturação de muitos programas" da pasta, como o Rede Cegonha, voltado para a saúde da mulher grávida.
— O Brasil aumentou seus índices de mortalidade materna, e eu considero isso inaceitável — comentou. Ela se comprometeu a recuperar essa e outras iniciativas, especialmente na área de saúde sexual e reprodutiva, que foram afetadas por visões ideológicas no governo anterior, segundo a ministra.