O Instituto Gamaleya, da Rússia, anunciou que foi concluída nesta quinta-feira (20) a produção do primeiro lote da vacina contra a covid-19 Sputnik V no Brasil. Fabricadas em planta da União Química em São Paulo, as doses serão exportadas a países da América Latina que já aprovaram o uso do imunizante, como Argentina e México. Em publicação no perfil oficial da Sputnik V no Twitter, o instituto informou que as vacinas deverão passar por controle de qualidade antes da exportação.
A vacina russa ainda aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para seu uso no Brasil. Negado em um primeiro momento, o pedido para importação e administração em caráter emergencial foi questionado por técnicos do órgão, que alegaram dados insuficientes para a aprovação. Os desenvolvedores do imunizante negam qualquer problema na segurança da vacina.
Um ponto importante levantado pelos técnicos da agência foi o uso do adenovírus na tecnologia capaz de gerar a imunidade no organismo. Um pedaço do Sars-Cov-2 é colocado no adenovírus, que, introduzido no organismo, gera a reação imune. No entanto, foi constatada, em todos os lotes avaliados da Sputnik V, a existência de adenovírus replicantes. Segundo os especialistas, isso não deve ocorrer em vacinas de vetor viral, já que gera riscos à saúde da população.
Depois que a diretoria da Anvisa reprovou a importação da vacina, o Consórcio Nordeste, formado por governos estaduais dessa região do país e que tem contrato para a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V, defende o uso emergencial do imunizante no Brasil.
Para o grupo, "diante desta pandemia, não podemos deixar que entraves burocráticos prejudiquem o acesso da população a uma vacina que comprovou sua eficácia, segurança e com real garantia de disponibilidade, como a Sputnik V".