Um boletim divulgado neste sábado (10) pela Fiocruz considera que as regiões Sul e Centro-Oeste devem estar no centro da pandemia no Brasil nas próximas semanas. A avaliação é baseada nas altas taxas de incidência e mortalidade registradas nas últimas semanas em diferentes Estados das duas regiões.
Segundo Tani Ranieri, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, a divulgação do boletim da Fiocruz não altera as políticas de combate à covid-19, atualizadas semanalmente às sextas-feiras:
— Acompanhamos os dados da Secretaria de Saúde e também realizamos boletins epidemiológicos semanais. Seguimos de perto a evolução da pandemia. São equações avaliadas semanalmente.
Tani aponta que a fiscalização sobre aglomerações e condutas inadequadas em comércios, realizada em diálogo com as prefeituras, é um pilar importante para o combate ao vírus no Estado:
— Já estamos com medidas importantes de fiscalização e controle. O governador é muito ativo e participa muitos dessas discussões técnicas, podendo avaliar não apenas a saúde, mas também o setor econômico, para tentar chegar na melhor equação para dar continuidade à vida das pessoas.
O aumento progressivo do número de casos e mortes e o rejuvenescimento da pandemia – o crescimento de casos da doença na faixa dos 30 aos 39 anos foi de 1.218,33%, seguido da faixa dos 40 aos 49, de 1.217,95%, entre os meses de janeiro a março – têm algumas implicações, como aponta o diretor médico da Santa Casa, Antônio Kalil:
— Nossas unidades de tratamento demoram mais para se esvaziar, pois os pacientes mais jovens têm uma capacidade física melhor, permanecendo mais tempo internados. Isso faz com que haja lotação por mais tempo.
O boletim indica manutenção das taxas de crescimento médio diário de números de casos de covid-19 nas últimas semanas. Segundo o chefe do Serviço de Infectologia do HCPA, Eduardo Sprinz, a manutenção dos índices não significa que a pandemia está sob controle:
— Tanto em hospitais públicos quanto privados, houve uma diminuição nos casos, mas nunca uma diminuição maciça. Os casos se estabilizaram em números elevados. Na medida em que as pessoas se expõem, demora em torno de quatro semanas para vermos as consequências.