Segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), cerca de dois milhões de brasileiros vêm enfrentando problemas para adquirir medicamentos para doenças crônicas e graves na rede pública de saúde. Atualmente, dos 134 remédios que são de responsabilidade do Ministério da Saúde, 25 estão em falta ou com entregas insuficientes. Outros 18 correm risco de acabar em menos de 30 dias, por conta do baixo estoque.
Na manhã desta quarta-feira (8), em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, o secretário-executivo do Ministério da Saúde João Gabbardo dos Reis falou sobre o problema que tem afetado e preocupado os brasileiros que precisam destes remédios. Segundo ele, a questão deve ser resolvida dentro dos próximos 30 dias, e garantiu que alguns dos medicamentos que estão em falta já começaram a ser repassados aos Estados na última sexta-feira.
— Para os medicamentos que estávamos com problemas, 90% deles serão resolvidos em até 30 dias. No final do mês de maio, os Estados já terão recebido. Também estamos trabalhando naqueles que estavam com previsão de acabar, estão em fase final de licitação — afirmou.
Segundo Gabbardo, o problema já estava presente na pasta quando o atual governo assumiu a gestão.
— Em uma transmissão de governo, sempre há um atraso. No final do ano passado, não enviaram novos processos de admissão, deixaram para a nova gestão fazer. Começamos, a partir de janeiro, as licitações desses medicamentos, que são, em boa parte, caros e importados, e dependem de processos complexos de aquisição — disse o secretário.
Com o objetivo de evitar problemas futuros com a distribuição dos medicamentos, Gabbardo informou que o Ministério da Saúde está mudando o método de compras.
— O ministério fazia compras a cada três ou quatro meses, então, havia três processos de aquisição por ano. Houve uma orientação do ministro Mandetta de que alterássemos isso e pudéssemos fazer compras planejadas para um ano. Então, os contratos serão feitos uma vez por ano. Com isso, o risco de demora na negociação diminui bastante e a gente consegue comprar mais barato —explicou.
Questionado sobre como os pacientes que já não têm mais estoque dos medicamentos necessários para o tratamento devem proceder, o secretário afirmou que não há como "fazer milagre", e que estas pessoas devem comprá-los em farmácias, já que os preços dos imunossupressores – usados para evitar rejeição de órgãos transplantados —, por exemplo, não são tão elevados.