Com o surto que ocorre em municípios do sudeste e nordeste do país, a procura pela vacina contra a febre amarela mais que dobrou em Caxias. Nesta quarta-feira (17), foram aplicadas 825 doses contra 305 na anterior. Para se ter uma ideia, na primeira semana do ano, foram aplicadas 129 doses.
As doses são disponibilizadas todas as quartas-feiras nos postos de saúde, entre 8h e 16h. A única exceção é a unidade do Parque Oásis, que faz a aplicação nas terças. Diferentemente do que ocorre no sudeste do país, onde há surto da doença e a aplicação é de doses fracionadas, em Caxias do Sul é aplicada a dose padrão, que dura para toda a vida.
A gerente da vigilância epidemiológica da secretaria da Saúde de Caxias, Juliana Argenta Calloni, explica que quem tomou a dose no município não precisa se vacinar novamente. Quem não está imunizado e vai viajar para área de risco, em municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, tem de fazer a aplicação com pelo menos 10 dias de antecedência.
A dose pode ser aplicada a partir dos nove meses de idade. A orientação para bebês com menos de nove meses é que sejam evitadas as áreas de risco da doença. Já pessoas com mais de 60 anos precisam de autorização médica para receber a vacina.
A rede de saúde de Caxias do Sul tem uma base de dados informatizada em que é possível consultar nos postos de saúde se o paciente tomou a vacina na cidade a partir de 2016. Os dados de anos anteriores podem ser consultados somente no posto de saúde onde a pessoa fez a aplicação.
Com relação à vacina fracionada, Juliana esclarece que ela já foi aplicada em partes do país no ano passado. Quem fez a vacina em qualquer lugar do Brasil antes disso tomou a dose padrão, ou seja, está imunizado para toda a vida, de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Entre os sintomas da doença, estão febre, calafrios, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos. Depois de um período inicial, geralmente os sintomas diminuem e ocorre queda na temperatura, provocando sensação de melhora no paciente. No entanto, horas depois ou, no máximo, em até dois dias, reaparece a febre, e a diarreia e os vômitos ficam com aspecto de borra de café.
A vacina é contraindicada para pacientes transplantados, para quem está em tratamento de quimioterapia, radioterapia e corticoides em doses elevadas, pessoas que têm reação alérgica grave ao ovo, pacientes com imunodeficiência primária ou adquirida, entre outros fatores.