
Motoristas de ônibus e lotações, taxistas e moradores de Porto Alegre protestaram, na manhã desta terça-feira, no Centro, por mais uma segurança no transporte coletivo da Capital. Eles se reuniram inicialmente no Largo Glênio Peres e seguiram em caminhada pela Borges de Medeiros até o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) - onde foram recebidos pelo segundo vice-presidente e pediram a criação de uma vara especializada em crimes praticados em taxis, ônibus e coletivos.
De acordo com um dos organizadores da manifestação, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre, Sérgio Vieira, o protesto agora chega ao Judiciário pelo fato de a categoria considerar a impunidade um dos principais motivos do aumento da violência no setor.
- Estamos agora levando o problema ao Judiciário, porque são eles quem soltam os criminosos presos. E são sempre os mesmos grupos que assaltam os ônibus, nos mesmos locais, da mesma maneira - afirmou o sindicalista.
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De acordo com o cobrador de ônibus Rolnei de Almeida, representante da Sociedade de Ônibus Porto Alegresense (Sopal), o número de assaltos nos ônibus aumentou nos últimos meses.
- Um pouco é por causa desse cobertor curto que a Brigada Militar enfrenta. Mas reflete no transporte também, porque a gente sai de casa para trabalhar e não sabe se vai voltar - lamenta Almeida.
A manifestação dos motoristas e cobradores também foi endossada por moradores de comunidades de Porto Alegre. Isabel Silveira, 39 anos, presidente da Associação de Moradores do Jardim Protásio Alves II, levou ao protesto uma faixa com a pergunta "Quem sobreviverá a essa violência?".
- Somos assaltados dentro de ônibus, nas paradas, em todo lugar. Ficamos nas mãos de bandidos porque eles sabem que, na gíria deles, "não dá nada" - reclamou Isabel.
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Durante o deslocamento do grupo até o prédio do TJ, um rodoviário comunicou à categoria, no megafone, que um ônibus da linha São Borja havia sido assaltado há poucos minutos. Mais cedo, conforme o presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL), Rogério Lago, um ônibus da linha 122-Guarujá também havia sido assaltado.
Pouco antes do meio-dia, sindicalistas e representantes de associações de moradores deixaram a sala do segundo vice-presidente do TJ-RS, desembargador Manoel Lucas.
- Eles apresentaram a situação e, por fim, decidiram encaminhar o pedido de abertura de uma vara especializada em crimes praticados no transporte coletivo - afirmou o desembargador.
O pedido de criação da vara especializada no TJ será encaminhado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Porto Alegre nos próximos dias, afirma o secretário-geral da entidade, Vieira.
* Zero Hora